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Atlântico Europa nomeia novo CEO e prepara venda ao Well Link Group

Diogo Cunha, que esteve dez anos na presidência executiva do Banco Atlântico Europa, deixa o cargo para Nuno Vaz, que é o novo CEO para o mandato 2023 a 2026. A nova administração nomeada em março é já o reflexo da venda em curso do banco de capitais angolanos aos chineses do Well Link Group.

O Banco de Portugal estás prestes a aprovar a venda do Banco Atlântico Europa ao grupo com sede em Hong Kong, no âmbito de um novo processo que foi remetido depois de a anterior autorização ter caducado. A antecipar a concretização da venda ao Well Link Group o banco inicia um novo ciclo de liderança executiva.

Diogo Cunha, que esteve dez anos na presidência executiva do Banco Atlântico Europa, deixa o cargo para Nuno Vaz, que é o novo CEO para o mandato 2023 a 2026. A nova administração nomeada em março é já o reflexo da venda em curso do banco de capitais angolanos aos chineses do Well Link Group.

A nova administração já tem luz verde do Banco de Portugal, apurou o Jornal Económico.

O conselho de administração para o novo mandato é liderado por Diogo Cunha como presidente do conselho de administração, isto é, sai de CEO para chairman.

Na composição do conselho de administração do banco consta ainda José Carlos Burity, como Chief Institutional Banking Officer, bem como Sofia Rodrigues que é Chief Business Officer e Pedro Lourenço como Chief Risk Officer.

O conselho fiscal é liderado por Dário Sousa e composto ainda por José Maria Wanassi e por Bruno Castro Henriques. O ROC é a Deloitte.

Foi em janeiro de 2020 que o Well Link Group Holdings Limited, sociedade constituída em Hong Kong, formalizou o acordo com os acionistas angolanos do banco português Atlântico Europa para a compra da totalidade do capital da instituição financeira.

A autorização do supervisor bancário para que os chineses do Well Link Group, de Hong Kong, comprassem o Banco Atlântico Europa chegou no segundo semestre de 2022, mas o negócio não se concretizou porque, sabe o Jornal Económico, a proposta dos chineses dependia do fundos obtidos com a venda de ativos que com a conjuntura de crise sofreram uma desvalorização. O grupo Well Link ficou à espera da valorização dos mercados, mas entretanto a autorização dada em 2022 pelo supervisor bancário caducou, pelo que teve de ser remetido um novo processo.

Tal como está estipulado na lei, é o Banco Central Europeu (BCE) quem toma a decisão de compra de participações qualificadas em bancos da zona euro, mas fá-lo não só com base na avaliação da proposta de aquisição, mas também com base no projeto de decisão do Banco de Portugal (BdP).

Com a luz verde do supervisor, está aberta a porta para o Banco Atlântico Europa, detido pelo Atlântico Financial Group (holding ligada ao investidor angolano Carlos Silva), ser comprado pelo mesmo grupo financeiro de Hong Kong que comprou em 2017 o Novobanco Ásia por 146 milhões de euros.

A Atlântico Financial Group tem atualmente 96,5% do capital do banco português e a empresa financeira Nasoluma tem cerca de 3,5%, segundo dados públicos.

Não foram revelados valores da transação, tendo em conta a situação líquida do banco em setembro, poderá rondar os 80 milhões de euros.