O ataque desta quinta-feira contra dois navios petroleiros no Mar de Omã reacendeu as tensões políticas e militares entre os Estados Unidos e o Irão. Os dois petroleiros foram atacados ao largo do Irão, numa altura em que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe – um importante aliado dos Estados Unidos – está de visita ao Irão, tendo na agenda a escalada de tensão na região.
“Fomos informados de um ataque contra petroleiros no golfo de Omã. As forças navais norte-americanas na região receberam dois pedidos de socorro distintas”, afirmou em comunicado o comandante Josh Frei, porta-voz da 5.ª Frota da Marinha e responsável por zelar pelos interesses dos Estados Unidos nas águas da região.
A origem dos ataques está ainda por determinar, mas os petroleiros já foram identificados. Tratam-se de um navio de origem norueguesa e outro japonês. Os marinheiros terão sido retirados pelas forças norte-americanas e por um navio de resgate iraniano, que se juntou às operações de socorro. O incidente acontece apenas um mês depois de quatro navios, três deles petroleiros, terem sido atacados ao largo dos Emirados Árabes Unidos. Na altura, os Estados Unidos atribuíram responsabilidades ao Irão, que negou qualquer envolvimento no caso.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques e sublinhou que “o mundo não pode permitir-se a um confronto de grande escala no Golfo Pérsico”. Já o o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Gheit, considerou que o incidente é “uma evolução perigosa” no Médio Oriente.
De visita ao Irão está o primeiro-ministro japonês. Esta é a primeira visita de Estado de um chefe de governo nipónico desde a revolução islâmica de 1979 . O Japão é um importante aliado dos Estados Unidos e tem um histórico de relações comerciais com o Irão. É considerado pelos especialistas como um potencial mediador do conflito entre os EUA e o Irão.
A reagir ao ataque, o preço do barril de petróleo Brent subiu de imediato 4%, para 62 dólares (o equivalente a 55 euros).