O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) considera que as associações de empresas nacionais devem, cada vez mais, cooperar em eventos e outras iniciativas em parceria para contribuírem para o aumento das exportações do país. A AEP e a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) partiram esta segunda-feira para a Alemanha participar na feira IAA Mobility, que se realiza em Munique.
“O facto de esta presença ser organizada, desde há três anos, entre a AEP e a AFIA é muito positivo. É um bom exemplo de como as associações devem cooperar no desafio que o país tem de aumentar as suas exportações, apoiando as suas empresas em mercados exigentes. A Alemanha é o motor da economia europeia e um mercado muito desenvolvido, que exige que as empresas portuguesas que exportam para lá tenham um nível de sofisticação e de inovação capaz de corresponder a essas exigências”, disse ao Jornal Económico (JE) o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro.
Entre os dias 4 e 8 de setembro, a dupla de associações estará encarregue de mostrar competências da indústria portuguesa de componentes automóveis através de uma comitiva composta por cinco empresas: a CS Plastic, a FEHST Componentes, a Incompol, a Maxiplás e a Tecniforja.
“É um sector com elevada produtividade em Portugal, tem uma balança comercial equilibrada, até excedentária, e tem-se vindo a afirmar pela elevada importância para as nossas exportações. Por outro lado, está fortemente localizado a norte e a centro do país e, por isso, temos vindo, a fazer um trabalho de desenvolvimento da capacidade de penetração noutros mercados”, afirmou Luís Miguel Ribeiro diz ao JE.
O presidente da AEP diz que a suspensão da produção na Autoeuropa, “pela dependência da importação de produtos da Eslovénia”, é um exemplo da necessidade de estímulo ao fabrico nacional de componentes automóveis, cujas exportações estão a subir há 14 meses consecutivos e no primeiro semestre ultrapassaram os seis mil milhões de euros.
“[Esta paragem] vai afetar também as exportações nacionais, porque a Autoeuropa é um forte player com um forte contributo nas exportações nacionais. A dependência de componentes de outros mercados demonstra que é importante continuarmos a investir, desenvolver e a inovar neste sector, para termos, cada vez mais, uma posição relevante”, alertou.
Questionado sobre quando é que as componentes automóveis nacionais conseguirão ser uma alternativa para a retoma da produção na fábrica de Palmela, Luís Miguel Ribeiro referiu que “ainda não têm essa capacidade”, mas espera que “no médio prazo isso possa vir a acontecer”.
“Muitas vezes estas dificuldades criam oportunidades. Estarmos a falar de um país da União Europeia [Eslovénia], mas espero que a Europa tenha aprendido a lição com o que vivemos na pandemia para que cada vez menos situações destas se verifiquem. A Europa tem de se consolidar na capacidade de autoabastecimento em diferentes sectores e Portugal também tem de fazer o seu caminho”, realçou.
Além desta feira em Munique, a AEP costuma levar empresas portuguesas desta área a outras mostras na Alemanha, como é o caso da IZB - International Suppliers Fair e da GACS - Global Automotive Components and Suppliers Expo. A IAA Mobility 2023 tem como foco a mobilidade inteligente, conectada, sustentável e as tecnologias que vão moldar a mobilidade no futuro e, da AEP.