Skip to main content

Aposta em Portugal "é investimento que vai dar retorno", destaca CEO da dona da Rádio Comercial

No dia em que a Rádio Comercial celebra 45 anos de atividade, Salvador Ribeiro acredita que a aposta feita pelo grupo de media alemão no país tem condições para se desenvolver. "Temos um plano estratégico que está a ser afinado e espero que os acionistas continuem entusiasmados com o investimento que fizeram em Portugal", afirma.

Quase dois anos depois de concluído o processo de aquisição da Media Capital Rádios em Portugal pelo grupo alemão Bauer Media Audio, o CEO da agora denominada Bauer Media Audio Portugal, Salvador Ribeiro, defende que esta foi uma aposta ganha e que vai representar um sucesso financeiro para a empresa.

"Os nossos acionistas fizeram uma aposta no mercado português e acreditam que ele tem condições para se desenvolver e que o investimento que fizeram nesta empresa é um investimento que vai dar retorno", refere Salvador Ribeiro em declarações ao Jornal Económico (JE), no âmbito dos 45 anos da Rádio Comercial que acontecem esta terça-feira, 12 de março.

De resto, o CEO acredita que a aposta feita pelo grupo de media britânico no país tem condições para se desenvolver. "Temos um plano estratégico que está a ser afinado e espero que os acionistas continuem entusiasmados com o investimento que fizeram em Portugal durante muitos e bons anos".

Um dos pontos desse plano estratégico passa pelo lançamento feito em 2023 da plataforma de monetização de áudio digital, AudioXi, a "maior rede de publicidade áudio digital de Portugal", bem como uma grande quantidade de podcasts, de forma a não deixar nenhuma faixa etária fora do alcance da rádio.

"Sabemos que as gerações mais novas têm hábitos de consumo de media ligeiramente diferente das gerações anteriores. Consomem muito mais conteúdos em digital e se nos queremos manter relevantes para essas gerações temos de estar onde elas estão", salienta Salvador Ribeiro.

Um dos "fenómenos" para onde o grupo Bauer Media Audio tem olhado com maior atenção no que há Rádio Comercial diz respeito são os espetáculos realizados pela equipa das manhãs, designados como 'in the night' e que em fevereiro realizou o seu evento (este ano designado por '45 in the night') em Lisboa, cidade onde já ultrapassou os 100 mil bilhetes vendidos, com o Porto a receber o espetáculo a 25 de maio.

"É um programa de rádio ao vivo. Não foi difícil explicar. A Bauer olha para este fenómeno com muita atenção e se nós temos muito aprender com mercados mais avançados do ponto de vista do consumo digital, também temos muito a mostrar da forma como fazemos rádio e este tipo de eventos", explica o CEO.

"A rádio está sempre a morrer e a ressuscitar"

Quem conversou também com o JE, foram os quatro animadores das manhãs da Rádio Comercial, a próposito do espetáculo realizado pelos próprios. "Queremos sempre fazer coisas diferentes. Uma coisa é estar tudo escrito, outra é estarmos em cima de um palco com um cenário, porque apesar de toda a animação queremos que este espetáculo seja o mais profissional possível", refere Vasco Palmeirim.

Por sua vez, Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, recorda que quando em maio de 2022 a Media Capital Rádios em Portugal transitou para o grupo Bauer, um dos desafios foi explicar o conceito do ‘in the night’. "Isto não há em mais lado nenhum e serve para perceber a ligação que se cria com os ouvintes, porque é uma das raras ocasiões onde estamos olhos nos olhos com eles", realça.

Algo que é também corroborado pelo elemento feminino da equipa das manhãs, Vera Fernandes. "Parte da minha família é espanhola e muitos já vieram ver este espetáculo e continuam sem perceber muito o que isto é, porque em Espanha quando realizam este género de eventos é com artistas e apresentadores verdadeiros e aqui somos nós os quatro em palco, a cantar letras criadas pelo Vasco [Palmeirim] a partir de músicas originais", afirma.

O responsável considera que um dos segredos para que este espetáculo continue a esgotar é o facto de a própria equipa nunca dar nada por garantido. "Não é por já termos feito nove eventos que encaramos com menor responsabilidade é sempre algo que nos toca e há qual damos a devida importância", salienta.

Já Nuno Markl espera que dentro de 45 anos o sector da rádio continue viva e a realizar este e outro tipo de eventos. "A rádio está sempre a morrer e a ressuscitar, se daqui a 45 anos ainda tiver a força suficiente para este tipo de eventos melhor ainda", refere.