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“Antes um vinho único do que perfeito”

Diz-me qual o teu hobby e dir-te-ei quem és. No caso de Paulo Nunes, cuidar de bonsais é uma paixão. Tal como fazer vinhos. Em comum, o dar tempo ao tempo, ou não fosse a missão de um enólogo “engrandecer” a essência de uma vinha, preservar o legado de um trabalho geracional. Há 20 anos neste ofício, insiste que ainda tem “tudo para fazer”.

Paulo Nunes diz frequentemente que tem a sorte de trabalhar num projeto como a secular Casa da Passarella – e não só – e também a sorte de desenvolver vinhos que nascem no sopé da Serra – a região é o Dão, a sub-região é a Serra da Estrela. A sorte poderá fazer parte da equação, mas não estaria há duas décadas neste métier se não tivesse talento para “ler” vinhas únicas. Isso e vontade de arriscar, apostando em castas mais e menos esquecidas, e dando tempo ao vinho para que este revele todo o seu esplendor. Conversa com o enólogo duriense, homem do mundo e com mundo, e um dos grandes mestres da vinha em Portugal.

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