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Altice prepara venda de ativos, entrada de novos investidores e admite M&A

Grupo liderado por Patrick Drahi contratou quatro bancos de investimento para avaliar ativos e preparar estratégia de redução da dívida. Caminho pode passar por abrir o capital a novos investidores e por entrar em M&A.

AAltice está a avançar com a sua estratégia de redução da dívida, que deverá passar pela venda de ativos não-estratégicos (como os data centers em Portugal e França), a entrada de novos investidores no grupo e nas suas subsidiárias e a participação em eventuais movimentos de consolidação (M&A), disseram ao Jornal Económico fontes próximas do processo.

Estas declarações foram prestadas após a agência Reuters ter noticiado, esta quinta-feira, que o grupo liderado por Patrick Drahi contratou quatro bancos de investimento internacionais - Lazard, Morgan Stanley, BNP Paribas e Goldman Sachs - para ajudar a desenhar uma estratégia de venda de ativos para reduzir a dívida. A agência noticiosa referia que tanto a operadora francesa SFR como a Altice Portugal (dona do MEO) estarão incluídas nos ativos a alienar, mas as fontes ouvidas pelo JE asseguraram que, a haver alguma alteração na estrutura acionista destas empresas, tal será por via da abertura do capital a novos investidores e não pela venda integral. Recorde-se que, atualmente, o grupo Altice é controlado em quase 100% pela holding familiar de Patrick Drahi. O Jornal Económico tentou apurar se no caso da Altice Portugal estará a ser admitida uma eventual dispersão em bolsa, quando o mercado proporcionar condições para tal, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter esclarecimentos sobre este tema.

O recurso da Altice a assessores financeiros para apoiarem o seu processo de redução de dívida já era esperado, uma vez que o grupo procura soluções para o seu elevado endividamento, que supera a fasquia dos 50 mil milhões de euros.
A necessidade de reduzir a dívida, numa altura em que os custos de financiamento estão a subir e várias unidades do grupo enfrentam tempos desafiantes - sobretudo em França e no Reino Unido - é o principal desafio do grupo de telecomunicações, embora não seja o único. A Operação Picoas, que investiga alegados negócios fraudulentos que terão lesado o grupo e o Estado português em centenas de milhões de euros, continua na ordem do dia.

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