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Alberto Núñez Feijóo e a Vox Populi

Dirão alguns analistas que institucionalizar os extremismos (misturando na mesma amálgama os de direita e os de esquerda, o que é a evidência de um profundo desconhecimento da História) é um mau princípio. Claro que o mau princípio são as peripécias, pantominas e balbúrdias que os borrachosos partidos do centro do espectro político – uma esquina mal-frequentada por socialistas, social-democratas e conservadores – acumularam em seu redor como uma gordura cancerígena e que serviram para atirar os espantados eleitores para esses extremos. Mas isso agora não importa nada. As manifestações de empenhamento de todo este centro-direita aprumadinho em manter o poder a salvo da extrema-direita só seria risível se não fosse muitíssimo risível – e confunde-se demasiado facilmente com a defesa de direitos que eles próprios tornaram consuetudinários por décadas de inenarráveis pensamentos, atos e omissões.

Em vez de embargar as suas opções atrás de uma barragem semântica que carece de análise política como um motor gripado precisa de um mecânico, ao estilo dos social-democratas nacionais, o líder do Partido Popular espanhol, Alberto Núñez Feijóo, disse o que conta fazer se se der o caso de, no próximo dia 23 de julho, ganhar as eleições sem maioria absoluta. Com os seus parceiros naturais, o Ciudadanos de Inés Arrimadas, a exibirem os últimos estertores perante um eleitorado que já os sepultou sem piedade, o pragmático Núñez Feijóo – seguindo políticas institucionalizadas pelo seu ‘velho’ companheiro galego Manuel Fraga Iribarne – já explicou aos espanhóis que, se precisar dos seus votos, recorrerá aos serviços da extrema-direita do Vox.

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