Os ‘swaps do euro’ a 10 anos estão abaixo dos rendimentos da dívida pública alemã com o mesmo prazo, refletindo a perceção dos investidores de que a dívida do Estado alemão é agora mais arriscada do que a das principais instituições financeiras europeias. Esta tendência acentuou-se sobretudo após o colapso da coligação governamental na Alemanha, a 6 de novembro de 2024, e a marcação de eleições antecipadas para 23 de fevereiro de 2025, anunciadas a 13 de novembro. Porém, a perceção de risco sobre a dívida alemã já vinha a intensificar-se há dois anos, após duas recessões consecutivas — algo que só tinha ocorrido uma vez desde a Segunda Guerra Mundial. Mais recentemente, a diferença entre os swaps e as bunds voltou a agravar-se, atingindo esta semana valores inéditos, quase 20 pb, desde a criação do euro, em janeiro de 1999. O anúncio de um pacote financeiro de 500 mil milhões de euros — cerca de 12% do PIB alemão, acordado entre os dois principais partidos germânicos — para reforço das forças armadas e investimento em infraestruturas ao longo dos próximos 10 anos, intensificou ainda mais a perceção de risco da dívida soberana alemã face à emitida pelas principais instituições financeiras europeias.
Ações em máximos, mas swaps negativos com mais dívida
Ações alemãs sobem 17% no ano, enquanto bolsas americanas seguem em mínimos dos últimos seis meses, mas juros de longo prazo sobem.
