Chegamos este mês ao cinquentenário da Revolução de Abril. Concomitante-mente, iniciou-se esta terça-feira um novo ciclo político com a tomada de posse do governo de Luís Montenegro. No seu discurso, o Presidente da República qualificou o resultado das eleições como um voto de “fé na democracia”, ao inverter “a abstenção, que parecia imparável”.
Essa quebra na abstenção é boa notícia, pois alargou a participação democrática; ainda assim, foi com apreensão que se registou a bravata de André Ventura ao celebrar a eleição de 50 deputados nos 50 anos do 25 de Abril como um “ajuste de contas com a história”.
É, pois, inevitável que na celebração do legado de Abril e no balanço do que se cumpriu e do que falta cumprir se entreteçam revisitações do passado com desafios do presente e anseios para o futuro. Foquemo-nos na situação política atual.
Abril, desafios mais de mil
Face ao excedente, o novo primeiro-ministro já avisou que “não ficámos um país rico”, pelo que se antecipa a continuidade de uma linha de contenção, embora possa ser grande a tentação de distribuir para ganhar popularidade face à perspectiva de eleições a curto prazo
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