Na noite em que ganhou as eleições antecipadas na Alemanha, o futuro chanceler, o democrata-cristão Friedrich Merz, fez uma declaração que, no meio de um tradicional discurso de vitória, alertou para que alguma coisa estará para mudar em Berlim: disse que estava chegado o tempo de questionar para que serve a NATO – num quadro em que os Estados Unidos ameaçaram que, se os Estados-membros da Europa não aumentassem os seus gastos até aos 5% do PIB, não garantiriam que o artigo 5º (aquele que diz que qualquer ataque a um país membro é um ataque a toda a aliança) se manteria ativo. “A Europa tem de ganhar independência face aos Estados Unidos” no capítulo da defesa, “não tenho a certeza que a NATO exista na forma que atualmente a conhecemos a quando da próxima cimeira”, entre 24 e 26 de junho deste ano, em Haia, Países Baixos.
A NATO ainda faz sentido? Talvez sim, mas Alemanha e França querem saber porquê
Quando Donald Trump disse que não garantia que o artigo 5º seria cumprido se os europeus continuassem tão poupados na defesa, alterou radicalmente a aliança. Merz queixou-se disso na noite da vitória eleitoral e Macron também tem dúvidas.
