A ntes de entrar na Escola 42, o dia-a-dia de Diogo Santos, de 24 anos, era muito diferente. Frequentava um curso de gestão de redes informáticas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), nas Laranjeiras, e trabalhava em part-time num supermercado Lidl da Ericeira. Responsável pelo departamento não alimentar, entrava todos os dias na loja por volta das 17h00, incluíndo fins-de-semana. Andava de transportes públicos e ganhava à volta de 400 euros. Se fosse necessário também ajudava na reposição de produtos ou na caixa registradora. Ganhar alguma experiência profissional era o principal objectivo, mas contribuía com parte do salário para ajudar os pais nas despesas da casa. Até que um dia, a mãe leu uma notícia na Internet sobre a escola de Programação 42 Lisboa e Porto, fundada por Pedro Santa Clara. Totalmente gratuita, aqui não há professores, não há aulas, nem horários. Ou seja, o ensino é feito com base em projetos e entre pares.