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Fazia calor naquele 15 de Agosto de 2021. Maryam Shahi vestiu uma blusa larga de algodão e colocou um leve lenço de seda sobre o cabelo, sem o cuidado de o cobrir totalmente. Como de costume, foi para a redacção do Nimrokh, o jornal onde escrevia sobre direitos das mulheres afegãs — a situação tinha melhorado nos vinte anos que se seguiram ao derrube do regime islamista, mas havia ainda muito caminho a percorrer. Comentou com o director que tinha de sair para comprar uma mala de viagem para a irmã, que acabava de entrar de férias das várias universidades onde dava aulas. Não chegou a fazê-lo: os talibãs estavam a entrar em Cabul. Nas horas, dias e semanas que se seguiram, o mundo de Maryam desabou.
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