Depois da construção onde possui operações nos mercados da Europa, África e Ásia, sendo que em Portugal se destaca a expansão da rede do metro de Lisboa, a Zagope aposta agora no mercado da energia solar, onde já conta com 2,5 gigawatts instalados através do seu grupo fotovoltaico.
O mais recente projeto localiza-se na região do Douro e envolve largas dezenas de milhões de euros, representando para a empresa um backlog (lista de requisições/encomendas relativas a produtos ainda não produzidos) de 50 milhões de euros. Em entrevista ao Jornal Económico (JE), Tiago Leal, diretor comercial da Zagope, traça os objetivos da construtora para o próximo ano e aborda também a expansão da empresa no mercado europeu.
O que pretendem com este objetivo de entrar no mercado da sustentabilidade?
Já estava pensado na medida em que, como as valências que já existem dentro do grupo estávamos sempre atentos às oportunidades quando víamos um pipeline tão robusto e uma agenda tão forte aqui em Portugal.
Aí ficou claro que a decisão certa seria investir nesta unidade e até agora tem corrido muito bem. Nós vindo da construção civil, tivemos que investir internamente em nos capacitar e adquirir as valências necessárias para atender com excelência os clientes das energias renováveis. E isso foi feito através da contratação de engenheiros com muita experiência a nível internacional, especialmente na área do fotovoltaico. É bom dizer que nós estamos a dar destaque e estamos a dar a primazia ao solar fotovoltaico como o primeiro tipo de projeto dentro das renováveis e na contratação desses profissionais com experiência serviu também para capacitar a nossa equipa de engenharia e propostas.
Qual tem sido o feedback até agora?
De facto, o resultado não poderia ser melhor. Nós hoje temos os vários clientes com quem contactamos e a quem temos apresentado propostas a darem um feedback muito positivo das nossas propostas técnicas que nós comerciais, nós temos apresentado. Então, esses elogios e esse reconhecimento só nos faz crer que fizemos a aposta certa. Recentemente assinamos um projeto de 150 megawatts aproximadamente de capacidade instalada.
Já podemos dizer que é um projeto de grande escala a nível nacional e estamos num processo de mobilização, de início de trabalhos. Então toda a equipa está muito animada e muito motivada com esta iniciativa. São os primeiros frutos que estão a ser que estão a ser colhidos, por assim dizer.
E o que pode saber sobre este projeto solar na região do Douro?
O que podemos dizer é que é um projeto de larga escala. Temos outros projetos na mesma área de interesse, já em negociação avançada com outros clientes. Para ter uma ideia, nós estamos já com 50 pessoas especializadas e profissionais alocados nesta área de negócio e a nossa ideia durante o ano de 2024 é fazer crescer entre diretos e indiretos, para 500 pessoas neste segmento específico. Então, para toda a gente aqui muito, muito feliz com a oportunidade de crescimento.
E esses projetos na área da sustentabilidade para 2024 serão todos em Portugal ou também para fora do fora do país?
Como vários dos clientes que estamos a contactar, são clientes internacionais e grandes investidores nacionais e internacionais. Nós estamos a ser persuadidos a abraçar projetos em Espanha e noutros países da União Europeia. Mas para já queremos consolidar a nossaatuação e dar robustez à nossa equipa, primeiro em Portugal, para depois, a médio prazo, abraçar novas geografias.
Mas entrar no mercado europeu seria mais um passo na vossa expansão?
Sem dúvida está perfeitamente identificado no nosso roadmap interno aumentar a nossa atuação no mercado europeu. Faz todo o sentido. Acreditamos que é uma questão de tempo até criarmos aqui robustez na área das energias renováveis. E de facto, nós vemos também como o veículo e o tipo de projeto ideal para abraçar novas geografias esta área das energias renováveis.
Este projeto da região do Douro, é possível saber qual é o valor que vai ser investido pelo promotor?
Sim, digamos que é um projeto com largas dezenas de de milhões. Nós podemos indicar que, em termos de backlog, para nós representou uma adição sensivelmente de 50 milhões de euros no nosso no nosso backlog. Pretendemos concluir o projeto até finais de 2024.
Além deste projeto na área de sustentabilidade, há outros quatro projetos em pipeline.
Sim temos aqui vários processos já em fase de estudo e, conforme mencionei, já em fase de negociação avançada. A projeção que nós fazemos por enquanto é atingir um volume de negócios nesta área dos 100 milhões de euros para 2024. Então nós vemos como natural a adição de mais um ou dois projetos fotovoltaicos no decorrer de 2024.