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Venezuela: oposição teme ‘o dia seguinte’

Palavras de Nicolás Maduro durante a campanha alertaram a oposição para a possibilidade de haver violência face aos resultados das eleições deste domingo. Maduro negou ter intenção de não reconhecer esses resultados.

O histórico do regime de Nicolás Maduro – cada vez mais longínquo do legado de Hugo Chávez – e algumas palavras do presidente-candidato durante a campanha para as presidenciais que decorreram este domingo levam as forças de oposição a temerem o que se poderá passar no ‘dia seguinte’.

Ou mais propriamente no dia em que a Comissão Eleitoral revelar os resultados – que não são passíveis de qualquer tipo de apelação. Maduro tem sido suficientemente ambíguo em relação à forma como o ‘seu’ partido irá acomodar uma eventual derrota – mas os observadores temem que entre os cenários possíveis esteja a opção pela violência. Se assim for, a Venezuela caminhará rapidamente para o abismo.

Sabendo que este temor é real, o presidente garantiu que respeitará o resultado das eleições presidenciais, apelando ainda aos restantes nove candidatos que façam o mesmo. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral [referindo-se ao Conselho Nacional Eleitoral/CNE], os boletins oficiais e assegurarei que esses sejam respeitados, declarou Maduro aos jornalistas após votar e cotado pela Lusa.

Maduro reiterou o que disse ao longo da campanha eleitoral, ou seja, que a sua candidatura é “a única garantia de paz” no país. Questionado sobre o reconhecimento dos resultados em caso de derrota eleitoral, sublinhou que o relatório do CNE “não só será reconhecido, como defendido, numa perfeita união civil-militar”, posteriormente garantindo que tudo correrá bem.

“Eu disse que ia chegar em paz e em paz chegou [referindo-se ao dia das eleições] e se há algo a preservar e a defender é a paz, a harmonia, a convivência entre os venezuelanos. Tem de ser um dia para o bem triunfar na Venezuela, fazendo o bem, que é a maior expressão do amor”, expressou.

Para alguns analistas, o ‘número’ que os deputados do Partido Popular Europeu (PPE) – incluindo o português Sebastião Bugalho – fizeram com a viagem para a Venezuela no passado sábado, não é nada que venha ajudar a oposição. Os deputados do PPE sabiam que não tinham o estatuto de observadores internacionais e que por isso seriam impedidos de entrar no país nessa qualidade. Mesmo assim foram.