A autorização do supervisor bancário para que os chineses do Well Link Group, de Hong Kong, comprem o Banco Atlântico Europa está prestes a ser concedida, apurou o Jornal Económico, junto de fonte conhecedora do processo.
“A autorização está por dias”, segundo as nossas fontes.
Fonte oficial do Banco de Portugal não comenta.
Também o banco liderado por Diogo Cunha não quis fazer comentários.
Tal como está estipulado na lei, é o Banco Central Europeu (BCE) quem toma a decisão de compra de participações qualificadas em bancos da zona euro, mas fá-lo não só com base na avaliação da proposta de aquisição, mas também com base no projeto de decisão do Banco de Portugal (BdP).
Foi em janeiro de 2020 que o Well Link Group Holdings Limited, sociedade constituída em Hong Kong, chegou a acordo com os acionistas angolanos do banco português Atlantico Europa para a compra da totalidade do capital da instituição financeira.
Desde então que o processo está no Banco de Portugal, que ao longo do tempo foi pedindo mais informação. Nos últimos meses o processo acelerou do lado do comprador na prestação da informação em falta. A assessorar o comprador esteve a KPMG.
Com a luz verde do supervisor, está aberta a porta para o Banco Atlântico Europa, detido pelo Atlântico Financial Group (holding ligada ao investidor angolano Carlos Silva), ser comprado pelo mesmo grupo financeiro de Hong Kong que comprou em 2017 o Novo Banco Ásia por 146 milhões de euros.
Não foi possível apurar a que preço o grupo de Hong Kong compra o banco português de capitais angolanos. O Atlantico Europa teve lucros de 410 mil euros no primeiro trimestre deste ano.
A Atlântico Financial Group tem atualmente 96,5% do capital do banco português e a empresa financeira Nasoluma tem cerca de 3,5%, segundo dados públicos.
O banco tem como CEO Diogo Cunha (cujo mandato acabou no fim de 2020 e ainda não houve eleições dos órgãos sociais). n