O fundo LX Partners está na fase final da venda dos seus ativos de 4,2 mil milhões de euros e da plataforma que faz a gestão destes ativos, a Algebra Capital. Mas as baixas ofertas pela plataforma Algebra deixam o maior negócio de crédito malparado em risco, de acordo com fontes do mercado.
É que a venda da carteira de malparado é condicionada à venda da servicer liderada por Bernardo Simões, a Algebra Capital, e os valores oferecidos pela plataforma ficam muito aquém do pretendido pelos acionistas, revelou fonte conhecedora do processo.
O jornal "Eco" tinha avançado que o negócio, no seu conjunto, estaria avaliado em cerca de 200 milhões de euros.
Os candidatos são convidados a apresentarem propostas separadas, uma para a carteira de NPL (non-performing loans) do fundo LX Partners e outra para a plataforma que faz a gestão destes ativos, sendo que a operação que está no mercado é para a venda de ambas em conjunto.
Mas os candidatos que estão na fase final do concurso já têm servicers e a empresa de gestão e recuperação de crédito secured e unsecured, especialista em advisory, análise e servicing de NPL, não é atrativa para os candidatos. Este facto está relacionado com o facto de ser uma empresa que duplica uma atividade que os três candidatos já possuem, com a agravante de ser uma empresa pesada em termos de quadro de pessoal, segundo fontes ligadas ao processo.
As propostas para Algebra, empresa que gere 4,5 mil milhões de euros de ativos, ficam assim muito aquém do pretendido, o que pode pôr em causa a operação.
É essa a razão para o negócio que arrancou em outubro ainda não estar fechado. Nesta altura restam três candidatos. O jornal "Eco" revelou que seriam o consórcio da Cerberus, Intrum e Finsolutia; o da Carval e Whitestar, e o fundo LCM (que tem como servicer a Link Financial) os selecionados para a fase de propostas vinculativas para compra do negócio de malparado de 4,2 mil milhões de euros da LXPartners em Portugal.
Segundo as nossas fontes, os candidatos estão a apontar para que o acordo de compra e venda se faça até ao fim de março, mas nesta altura estão cépticos em relação ao "closing" da operação. É que a LX Partners pondera recuar se não conseguir vender a Algebra.
"Não me parece que exista deal", diz um dos fundos conhecedores do dossier. "No final não vão vender", refere outra fonte.
A confirmar-se, é o recuo daquele que era considerado pelo sector dos ativos stressados o maior negócio de malparado do mercado.
O nome de “código” deste projeto é “Cascais”, um processo que está a ser conduzido pela KPMG.
O mercado de distressed assets e NPL está e estará muito parado, dizem os connoisseurs. Os servicers que fazem apenas non-performing loans (NPL) e REO (Real Estate Owned) estão na "rua da amargura" diz uma fonte do mercado que acrescenta que estão muitos servicers à venda. Recorde-se que a DoValue e a Hipoges estão à venda.
"Portugal é muito pequeno para tantos players", diz fonte ao Jornal Económico.