O anúncio, divulgado no final da semana passada, de que os dois principais acionistas da Brisa, o Grupo José de Mello e o fundo de investimento Arcus, cada um, estavam interessados em alienar um bloco de acções da concessionária representativo de 40% dos respetivos direitos de voto, gerou duas certezas incontornáveis: a nível internacional, despertou o interesse de grandes ‘tubarões’ do setor, desde os potenciais investidores da área financeira aos grupos congéneres especializados na gestão de infraestruturas rodoviárias com portagem; no plano interno, a concretização desta alienação de 80% dos direitos de voto da Brisa, mesmo que a família José de Mello pretenda manter 20% na futura estrutura acionista, acentua de forma definitiva o domínio estrangeiro nas concessões de autoestradas em Portugal.