Muitas são as empresas de serviços financeiros e gestão de crédito que já recorrem à Inteligência Artificial (IA) para avançar com processos como a cobrança de pagamentos atrasados. As novas tecnologias não satisfazem a generalidade dos portugueses, mas muitos veem nelas uma oportunidade, por não se sentirem julgados.
O ceticismo é particularmente notório pelo facto de quase sete em cada 10 (67%) pessoas reconhecerem que têm preocupações sobre a segurança dos dados pessoais quando estes são tratados por sistemas que integram IA, operados por instituições financeiras.
O European Consumer Payment Report (ECPR), realizado pela Intrum, envolve uma análise aos comportamentos dos consumidores em 20 países europeus nos quais a empresa trabalha. Em Portugal, foram entrevistadas mil pessoas. Na média, os restantes países em estudo registam desconfiança na mesma matéria por parte de 52% dos inquiridos.
De qualquer modo, nota-se uma redução gradual dos receios relativamente à segurança dos dados pessoais entre os consumidores nacionais, ao mesmo tempo que esse receio é substancialmente mais evidente nos boomers (apontado por 74% dos respondentes) do que na geração Z (61%).
Ao mesmo tempo, metade dos respondentes garante que a utilização de IA em segundo plano é uma não-questão, desde que o processo decorra de forma fluida e sem levantar problemas. De qualquer modo, mais de metade (55%) aponta a falta de empatia das tecnologias como uma barreira face ao trabalho feito por funcionários da empresa.
Por outro lado, mais de um terço (37%) dos portugueses questionados crê que a utilização de IA permite combater preconceitos inconscientes de quem trabalha no setor, tornando o processo mais imparcial. A somar a isto, um em cada cinco sente-se menos julgado ao interagir com um Assistente Virtual para acordar planos de pagamento, sendo que a Intrum estima que este número cresça no futuro, já que se trata de uma ferramenta recente à qual a vasta maioria dos consumidores ainda não se habituou.
As perguntas foram colocadas a mil inquiridos entre 4 de julho e 25 de agosto de 2024, mediante quotas associadas ao género, idade e região, de forma a tornar as amostras mais representativas em cada país.