Thiago Santos é o novo diretor da Faculdade Online da Universidade Europeia, revela o próprio ao Jornal Económico.
Especializado na área da Gestão do Desporto, em que é doutorado pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, entrou para a Europeia há quatro anos, como docente. Aí coordenou a licenciatura de Gestão do Desporto e foi responsável pela proposta de acreditação do mestrado com o mesmo nome. Mas a Faculdade Online não lhe é estranha. É um grande impulsionador e tem-se distinguido como membro ativo na construção de programas.
Metas para o consulado? - perguntamos-lhe. Thiago Santos começa por dizer que quer “continuar a manter o rigor do processo de ensino-aprendizagem com aquilo que nos diferencia: um modelo académico centrado no estudante e nas suas necessidades, um modelo pedagógico com produção de conteúdos exclusivos e realizados pelos próprios docentes das nossas Faculdades e disponibilizado quase na sua totalidade de forma atempada ao estudante, e aulas que utilizam metodologias ativas que permitem ao estudante uma reflexão sobre os conteúdos e a aplicação destes conteúdos no mundo real”.
Duas outras metas, acrescenta, são o crescimento sustentado da oferta formativa e o crescimento sustentado do número de alunos. “O crescimento dá-se necessariamente por uma oferta de formação diferenciada. Para se ter uma ideia, hoje temos 16 cursos conferentes de grau, entre licenciatura e mestrados, e mais de 50 programas 100% online de formação executiva e pós-graduações. O espectro da nossa oferta é alargado, mas olhamos sempre para as necessidades do mercado”.
A Universidade Europeia Online (UEO) é a primeira faculdade online privada em Portugal. Criada pela Universidade Europeia, foi aprovada a 22 julho 2021, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, na sequência da publicação do novo regime jurídico que permite às universidades o ensino à distância. Até essa altura, apenas a Universidade Aberta dispunha dessa permissão.
A Faculdade arrancou no ano letivo seguinte com mil alunos. Um número que duplicou no ano seguinte - atualmente são dois mil alunos, em conjunto com a oferta de ensino online do IADE e IPAM - e que o novo diretor, Thiago Santos, quer aumentar em 50%. A oferta faz-se nas áreas da Gestão, Marketing, STEAM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), Saúde e Direito, num total de 16 licenciaturas e mestrados acreditados.
A tecnologia é a espinha dorsal da Faculdade Online, que assenta no modelo académico learning by doing, com aulas síncronas, que decorrem na plataforma Teams da Microsoft, promovem a interação aluno-professor e estão focadas na aplicação de conhecimentos e uso de estudos de caso, e aulas assíncronas, produzidas pelo corpo docente em colaboração com o laboratório multidisciplinar e gravadas em estúdio. Ao longo do percurso, o estudante é acompanhado por um gestor académico, que funciona como personal trainer, com a função de orientar o estudante nas diferentes esferas da sua vida na Universidade. Quanto ao sistema de avaliação, a Europeia garante que é rigoroso.
4 PERGUNTAS a Thiago Santos
Vão aumentar a oferta?
Sim. A nossa aposta está centrada em áreas científicas nas quais o nosso corpo docente tem grande expertise, o que garante uma formação rigorosa nestas áreas. Estamos a falar das áreas de Gestão, Direito, Tecnologia, Comunicação, Marketing e Ciências da Saúde.
Quais são as áreas do conhecimento prioritárias para crescimento?
Também entendemos que existem áreas em que há uma necessidade de formação, pela carência de profissionais ou até mesmo pela necessidade de uma atualização dos profissionais. Estamos a falar por exemplo da Educação, uma área que continuamente precisa de acompanhar aquilo que são as necessidades diversificadas dos estudantes nos vários níveis de ensino. Ou a área da Saúde, onde, como temos percebido, é preciso haver não apenas formação de mais médicos, mas de um conjunto de outros profissionais que atuam na gestão da saúde ou noutras áreas transversais.
Qual o perfil atual do estudante atual da Universidade Europeia Online?
O nosso estudante é, na sua grande maioria, o working adult (adulto trabalhador). Pessoas com alguma experiência de mercado e que procuram uma mudança ou progressão de carreira, e que veem no ensino online uma alternativa mais flexível para este processo. Por isto, além de garantir a flexibilidade, precisamos de garantir o rigor e a qualidade do ensino, uma vez que, é um público extremamente exigente e com uma necessidade de organização muito ajustada do seu tempo face às suas outras obrigações.
Diversificá-lo é um objetivo? Quais as faixas etárias que quer conquistar para o ensino online?
Sim. Há um desafio muito grande atualmente no nosso País e que diz respeito ao custo de vida e as deslocações para as cidades maiores em busca da formação. Este desafio tem imposto às famílias uma reestruturação financeira que nem sempre é possível. Este cenário também permite um outro olhar sobre o ensino online, que passou a ser uma alternativa para a diminuição de custos associados às deslocações. Complementarmente, a necessidade de desmistificar a ideia de que o ensino online pressupõe alguma facilidade, faz parte deste desafio. O que vimos noutros mercados parecidos com o nosso é que, com o passar do tempo, mais jovens buscam esta flexibilidade, isto porque, uma vez que as aulas ocorrem num período pós-laboral, conseguem, por exemplo, trabalhar ao mesmo tempo que tiram uma licenciatura ou um mestrado. Temos um mercado ainda por explorar e precisamos de continuar a identificar como atrair mais pessoas para este contexto.