Apesar dos progressos alcançados, subsistem problemas estruturais: sinto o Estado a abrir fendas, a sociedade a deslaçar e a democracia a perder qualidade.
A conclusão impõe-se: a continuidade não é solução.
Portugal não pode resignar-se a ser um país de mínimos — do salário mínimo, do rendimento mínimo, da ambição mínima. É tempo de se afirmar como um país de excelência, de esperança e de futuro.
Precisamos de criar riqueza e ter a visão política e os recursos económicos necessários capazes de lubrificar os elevadores sociais e de cuidar das redes de segurança — como a saúde — que sustentam o nosso contrato social e o nosso desenvolvimento coletivo.
Fizemos muito, é certo. Mas chegou o momento de dar o Salto Qualitativo que falta — aquele que pode marcar o quinto grande marco da República. Um salto que posicione Portugal na linha da frente dos países mais desenvolvidos, capaz de atrair e fixar talento, sobretudo o das gerações mais jovens, criar mais riqueza, gerar desenvolvimento e promover justiça social.
Os diagnósticos estão feitos, os relatórios multiplicam-se, e ideias não faltam. Falta-lhes direção, estratégia e propósito. É tempo de agir com um objetivo comum: construir um país justo que promova a excelência.
Partilho, por isso, cinco linhas de atuação, que considero essenciais:
1. Capacitar o país
2. Olhar o território com outra ambição
3. Rejuvenescer a população portuguesa
4. Reduzir as desigualdades e reforçar o Estado Social
5. Criar uma nova cultura política
Um país justo e de excelência
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Passaram cinquenta anos sobre o 25 de Abril de 1974. Nestas décadas, registámos quatro marcos decisivos: a descolonização, a democracia, o desenvolvimento que ergueu o Estado Social e a adesão à União Europeia.