O banho tomava-o um grego barbudo, atrapalhado com a tarefa que lhe fora entregue pelo rei de Siracusa, a cidade onde a palavra rei ganhou sinónimo de tirano. É uma história conhecida: o tirano confiou a Arquimedes, o barbudo, a difícil tarefa de perceber se o ourives que lhe fizera a coroa teria poupado no ouro. Quando se deitou na banheira, perdido no desafio, observou a água a subir, percebendo o essencial - o volume da água que transborda será igual ao volume do seu corpo. Mergulhando uma barra de ouro na banheira e depois a coroa, bastaria medir o volume da água para descobrir se a quantidade de ouro era a mesma. O matemático ficou tão eufórico que partiu pelas ruas (diz-se que tal qual saiu da banheira) gritando “eureka” – essa palavra que em grego significará, justamente, descobri.
Um Orçamento para fazer crescer a economia
Antecipando o demorado bocejo de quem inicia a leitura de um texto sobre o próximo Orçamento do Estado, arranco lembrando um banho de imersão que entrou na história. Ele trata de volume e riqueza, desafios e inovação, trabalho e palavras, mais ou menos os conteúdos que se aproveitam desse calhamaço que os governos entregam na Assembleia da República todos os meses de outubro.
