Entre conservadores que não queriam esse entendimento (Boris Johnson) ou que não o conseguiram (Rishi Sunak ou Theresa May), Starmer conseguiu, sem que para isso precisasse de um grande esforço, fechar um acordo com os antigos parceiros que permitirá acrescentar 9 mil milhões de libras (cerca de 10,7 mil milhões de euros) à economia do Reino Unido e reduzir os preços dos alimentos e de outros bens de consumo massificado. Para trás fica também (pelo menos em parte) a inconcebível fronteira imaginária situada algures no Mar da Irlanda e que motivou o esvaziamento dos supermercados britânicos e a formação de filas intermináveis de camiões à entrada do Reino Unido. O acordo concederá aos pescadores da União acesso às águas britânicas por mais 12 anos e abrirá caminho para a remoção de controlos sobre as exportações de alimentos britânicos. O acordo reaviva a esperança do regresso do Reino Unido ao programa de intercâmbio universitário Erasmus e a criação de um esquema de mobilidade juvenil que permita aos jovens britânicos experimentarem viver na União Europeia. Haverá ainda espaço para outros ‘sub-acordos’, nomeadamente na área da investigação e do intercâmbio de conhecimento universitário,
Para já, não foi possível um entendimento no setor da defesa: as empresas britânicas não entrarão ainda no perímetro do fundo de defesa de 150 mil milhões de euros (a parte da Comissão nos 800 mil milhões previstos) que irá ser colocado à disposição das suas congéneres da União.
UE e Reino Unido inauguram relação pós-Brexit
Keir Starmer é o primeiro primeiro-ministro trabalhista da era pós-Brexit e foi ele quem conseguiu fazer surgir um novo entendimento económico (mas não só) entre o país que dirige, o Reino Unido, e a União Europeia.
