O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse que Kiev estacionou mais de 120 mil soldados ao longo da sua fronteira com a Bielorrússia, informou a agência de notícias estatal do país – ao mesmo tempo que os combates na região russa de Kursk estão a ser mantidos. Lukashenko, um aliado de Vladimir Putin, disse este domingo que quase um terço das tropas do seu país estão agora na fronteira, em resposta ao destacamento ucraniano.
Para os observadores, estas movimentações podem ser o princípio do alargamento da guerra e o envolvimento cada vez mais consequente do exército ucraniano na ofensiva que lançou sobre o território russo. Em entrevista a uma televisão russa, Lukashenko disse “estamos a ver uma política agressiva por parte da Ucrânia” e em caso de guerra “os nossos militares ao longo de toda a fronteira” estarão preparados para a defender. O presidente bielorusso deixou claro que, se a Ucrânia tentar entrar no território, encontrará oposição.
Lukashenko não disse exatamente quantos soldados bielorrussos foram destacados para as fronteiras. O exército profissional da Bielorrússia tem cerca de 48 mil soldados e cerca de 12 forças de fronteira, de acordo com a avaliação The Military Balance 2022 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Estas movimentações surgem no quadro da incursão ucraniana na Rússia, que começou em 6 de agosto, quando milhares de soldados de Kiev atravessaram a fronteira ocidental da Rússia na região de Kursk. As forças ucranianas disseram este domingo que atingiram outra ponte na região, na tentativa de interromper as operações de combate de Moscovo na área. Drones ucranianos atacaram uma instalação de armazenamento de petróleo na região de Rostov, no sul da Rússia, provocando um grande incêndio, confirmou o governador regional.
“No sudeste da região de Rostov, as defesas aéreas repeliram um ataque de drones. Como resultado da queda de destroços no terreno das instalações de armazenamento industrial em Proletarsk, ocorreu um incêndio”, disse o governador Vasily Golubev na rede social Telegram. O Ministério da Defesa da Rússia disse que os militares abateram cinco drones ucranianos “tipo aeronave” durante a noite, incluindo dois sobre a região de Rostov.
No total, e segundo a mesma fonte, citada pela agência TASS, a defesa aérea da Rússia abateu sete lançadores de mísseis Himars, uma bomba Hammer e 27 drones ucranianos nas últimas 24 horas. “Os sistemas de defesa aérea abateram uma unidade de bombas guiadas Hammer produzida em França, sete sistemas de foguetes de lançamento múltiplo Himars fabricados nos Estados Unidos e 27 drones, com 11 deles fora da área da operação militar especial”, disse o ministério.
A Tass diz ainda que o Grupo de Batalha Norte da Rússia repeliu ataques de quatro brigadas ucranianas na direção de Kursk em 24 horas. “Unidades do Grupo de Batalha Norte apoiadas pela aviação do exército e fogo de artilharia estão envolvidas em atividades de reconhecimento e busca para detetar e eliminar na floresta as forças de ataque do inimigo que tentam entrar profundamente no território russo, ao sul de Alekseyevskoye, Safonovka e Sheptukhovka.
“Unidades do Grupo de Batalha Ocidental assumiram posições mais favoráveis, infligiram danos a formações das 14ª, 30ª, 67ª, 440ª brigadas mecanizadas do exército ucraniano e da 117ª brigada de defesa territorial perto de Petropavlovka, Tabayevka, Novoplatonovka da região de Kharkov, Stelmakhovka da República Popular de Lugansk e Torskoye da República Popular de Donetsk.