A Glintt distribui esta terça-feira dividendos brutos de 0,0172 euros. É a primeira vez que a cotada portuguesa completa uma operação do género, depois de ter registado lucros de 3,2 milhões de euros no final do ano passado - o dobro do resultado líquido face ao ano anterior. O valor diz respeito ao exercício de 2022, tal como confirmou a empresa num comunicado enviado à Comissão dos Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).
O pagamento deste dividendo foi aprovado no final do mês passado, mais concretamente a 24 de maio, numa assembleia geral de acionistas, e começa a ser pago esta terça-feira, 27 de junho.
Isto significa que os títulos da empresa deixaram de conferir direito à remuneração acionista no passado dia 23 de junho, tal como assinalou a empresa junto do regulador.
O primeiro trimestre do ano foi positivo para a Glintt. A empresa de consultoria e serviços tecnológicos registou um lucro de quase um milhão de euros (922 mil euros) nos primeiros três meses do ano. O resultado representa um crescimento de 2,5% face ao período homólogo e foi justificado pela melhoria das margens operacionais.
Contudo, as contas anuais de 2022 foram ainda mais simpáticos para com os acionistas, tendo a empresa registado lucros de 3,2 milhões de euros.
Já se adivinhava que o pagamento deste dividendo deveria acontecer algures este ano, uma vez que a proposta já tinha sido colocada junto da assembleia geral. Para já, a maioria deste valor será pago à Associação Nacional de Farmácias (ANF), que detém 75% da Glintt. Os restantes 25% do capital estão dispersos na bolsa portuguesa.
Em abril deste ano, quando a empresa deu sinais de querer distribuir dividendos, fez também saber que se antecipa um crescimento dos quadros. O objetivo será recrutar até 500 colaboradores para os quadros da Glintt ao longo dos próximos cinco anos.
Nesse mesmo mês, em entrevista ao "Negócios", o CEO Luís Cocco antecipava que a Glintt valorizasse na casa dos dois dígitos com o anúncio da decisão de pagar dividendos.
Já mais recentemente, o administrador Miguel Leocádio revelou em entrevista exclusiva ao Jornal Económico que o plano da tecnológica passa por investir noutras áreas além do mercado hospitalar e clínico. O negócio da consultoria digital, encabeçado pela Nexllence, prevê um crescimento das receitas para os 42 milhões de euros até 2027, prevê o responsável.