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Tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial, podem desbloquear 61 mil milhões para a economia portuguesa

A conclusão é da Amazon Web Services e da Strand Partners e abrange um horizonte até 2030. “Não é só o chatbot. Queremos mesmo garantir que os clientes escolhem consoante aquilo de que precisam ou o negócio ou indústria na qual se inserem”, diz ao JE a nova ‘country manager’ da empresa na Península Ibérica, Suzana Curic.

Se as empresas em Portugal instalarem tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial (IA), podem fazer com que a economia cresça 61 mil milhões de euros até 2030. É este o cálculo da Amazon Web Services (AWS) e da Strand Partners, medido em VAB - Valor Acrescentado Bruto e com o pressuposto de que a taxa de adoção de IA se mantém.

Atualmente, mais de um terço (35%) das empresas em Portugal adotou esta tecnologia, o que corresponde a um crescimento de 25% desde 2022, segundo o estudo 'Unlocking Portugal's AI Potential in the Digital Decade' (“Desbloquear as Ambições de Portugal sobre IA na Década Digital”) enviado esta quinta-feira ao Jornal Económico (JE).

“Há modelos com abordagens diferentes. Não é só o chatbot. Queremos mesmo garantir que os clientes escolhem consoante aquilo de que precisam ou o negócio ou indústria na qual se inserem”, disse ao JE a nova country manager da AWS na Península Ibérica, Suzana Curic.

Todavia, para que se gere esse VAB, Portugal tem de seguir três regras: criar um ambiente favorável à inovação, colmatar o défice de competências digitais no país e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes, alerta a AWS, a empresa da cloud (nuvem) da Amazon.

Cerca de 70% das empresas que recorre à IA afirma ter aumento de receitas e produtividade, concluiu o mesmo inquérito. Para Suzana Curic, essa é uma das maiores “provas” que surge no relatório.

“Sempre nos ouviu falar sobre como democratizamos a tecnologia com a cloud e aqui temos a mesma abordagem. Agora queremos democratizar a IA generativa. Estamos nesta área da IA e dos LLM há 25 anos. O nosso objetivo é tornar, todas as empresas, empresas de IA”, referiu a responsável pelo negócio da AWS na Península Ibérica.

Destaque ainda para o facto de as empresas portuguesas estarem à frente das europeias na taxa de crescimento do investimento na digitalização (61%), mais dez pontos percentuais do que a média europeia. Ainda assim, a utilização está bastante concentrada nas empresas de maior dimensão (45%) e só 32% das PME.

Suzana Curic diz ao JE que o trabalho da tecnológica norte-americana é fazer com que as PME e também o sector público têm acesso a ferramentas de IA generativa. “É muito importante para nós causarmos um impacto positivo na economia, na comunidade e na sustentabilidade. Vamos continuar a investir [em Portugal]”, realçou a sucessora de Miguel Álava, que estava na direção ibérica da AWS desde 2012.

O maior obstáculo está no recrutamento. Sete em cada dez empresas portuguesas dizem que a dificuldade em contratar pessoas com competências digitais de qualidade está a travar o crescimento da sua atividade, quando na Europa essa percentagem é de apenas 44%.

O problema é que a maioria dos participantes acha que o digital é importante ou até mesmo essencial para concretizarem os seus planos estratégicos a cinco anos, o que não é possível sem recursos humanos.

“Com a Comissão Europeia a ficar oito milhões aquém do seu objetivo, de ter pelo menos, 20 milhões de pessoas empregadas como especialistas em TIC até 2030, resolver esta lacuna de competências é fundamental para a democratização eficaz da tecnologia de IA em toda a Europa", lê-se também na síntese do relatório.

Questionada ainda sobre as prioridades para a liderança ibérica, Suzana Curic retorquiu: “Sigo sempre sigo a mentalidade do primeiro dia, de seguir em frente, e ouço muitos dos nossos clientes e parceiros. Saber o que precisam para os ajudar a inovar e continuar a inovar mais rápido para darem melhor resposta aos seus clientes. Em Portugal trabalhamos com empresas como a NOS, Galp, EDP… E startups que já não são startups”.