Skip to main content

Taxas de juro "arrefecem" compra e avaliação das casas em Portugal

Desde o início do ano que a taxa de avaliação das habitações tem vindo a abrandar no país. "Esta tendência de desaceleração é claramente o que vamos viver até ao final do ano", afirma ao JE Diário o CEO da Century 21 Portugal.

Até ao final de 2023, o mercado de habitação em Portugal não irá ver uma tendência para a quebra dos preços, mas sim para um abrandamento. O arrefecimento do mercado imobiliário em Portugal está patente no valor médio das avaliações das casas que se fixou nos 1.510 euros/m2 em maio, um aumento de 9,4% face ao mês anterior, mas abaixo dos 10% registados em abril, de acordo com os dados do Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Pelo quinto mês consecutivo a avaliação das casas desacelerou, assim, em Portugal.

Especialistas atribuem esta tendência ao aumento das taxas de juros e às dificuldades dos portugueses em concluírem o processo de crédito habitação. É o caso de Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, em declarações ao JE Diário: "esta tendência de desaceleração, ou seja, o arrefecimento, é claramente o que vamos viver até ao final do ano, com muita segurança".

O responsável explica que na base desta desaceleração está aumento das taxas de juro que a 15 de junho registou a sua oitava subida consecutiva com um aumento de 25 pontos percentuais, elevando a taxa diretora para 4%. Ricardo Sousa sinaliza ainda como justificação para esta tendência as dificuldades os portugueses em concluírem o processo de crédito habitação.

Para o CEO da Century 21 Portuga trata-se de um processo que começou em meados de 2022 e que tem vindo a prolongar-se durante este ano em indicadores como o número de transações que "claramente começam a ter um abrandamento e uma queda comparativamente ao ano anterior".

"Estamos a assistir desde o início deste ano com o aumento das taxas de juro e com muitas das operações que estavam em curso, ou pessoas que já tinham escolhido a casa, mas ainda não tinham tomado essa decisão e quando vão para a tomar já não conseguem fechar o seu crédito à habitação e isso fez com que o mercado parasse bastante no início do ano", realçou ao JE Diário.

Apesar de defender que o mercado começa agora a dar sinais de recuperação e a caminho de uma estabilização, o CEO da mediadora imobiliária, destaca que "o número de imóveis em venda ajustados aquilo que é a procura atual e a sua capacidade é muito limitada, o que faz com que o número de operações tende a diminuir".

Pelo quinto mês consecutivo a avaliação das casas desacelerou em Portugal, segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na segunda-feira, 26 de junho.

Em janeiro deste ano, o valor da avaliação das casas era de 14,9%, sendo que os dados de maio revelados esta semana pelo INE apontam para os 9,4%, em maio, e com o valor médio do m2 a fixar-se a nível nacional nos 1.510 euros, o que significou um aumento de 19 euros em comparação com o mês anterior.