A nova lei do tabaco, que deverá impactar com o panorama da venda automática de tabaco, poderá resultar na destruição de quatro mil postos de trabalho diretos. Esta foi uma das conclusões da reunião nacional que recentemente juntou os representantes dos grossistas de tabaco, em Leiria.
Os impactos económicos das propostas de alteração à lei do tabaco foram debatidos neste encontro, com os representantes a mostrarem um tom pessimista. “O setor das máquinas de venda automática de tabaco vai ser fortemente penalizado com as alterações à lei”, afirmou Helena Lopes Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Grossistas de Tabaco (FPGT), em declarações a que o JE teve acesso.
“Com estas propostas, as empresas de distribuição e manutenção das máquinas de venda automática não terão capacidade para se manter. Estamos a falar de cerca de quatro mil postos de trabalho diretos, de profissionais de distribuição e manutenção e máquinas de venda automática, que ficam em risco”, alertou esta responsável no final do encontro.
Esta responsável destaca ainda que “as proibições impostas às máquinas de venda de tabaco são discriminatórias face às soluções adotadas para outros modelos e pontos de venda. Por que razão se autoriza que se continue a vender nas gasolineiras, mas se proíbe a venda nas máquinas automáticas que estão em cafés e restaurantes? Sobretudo quando esta medida vai ter também um grande impacto negativo no rendimento dos pequenos e médios comerciantes que acolhem as máquinas de venda nos seus estabelecimentos”.
Para Helena Lopes Pereira, “esta lei é muito desequilibrada e terá um impacto extremamente negativo nas economias locais”. De acordo com esta entidade, atualmente existem cerca de 50 mil máquinas de venda automática distribuídas por todo o país.
"Promoção da literacia em saúde"
Ainda sobre as medidas que deviam constar na nova lei do tabaco, estes representantes dos grossistas de tabaco consideram que estas alterações deviam abranger "medidas de promoção da literacia em saúde e estão disponíveis para, no âmbito da sua atividade, contribuir para esse propósito junto da população".
Helena Lopes Pereira sublinha ainda que as máquinas automáticas de venda garantem a segurança no acesso por parte dos consumidores. “Não existe um acesso livre e automático ao tabaco que está nas máquinas. Pelo contrário, o acesso é muito controlado e todas as máquinas integram um mecanismo de bloqueio que impede a venda de tabaco a menores de 18 anos”.
Ao longo das últimas semanas, a FPGT tem reunido com os diversos grupos parlamentares na Assembleia da República para alertar para os impactos negativos da nova lei do tabaco e está atualmente a trabalhar num documento de propostas que visam defender este setor da economia nacional.