O Conclave começou na quarta-feira com a cerimónia de entrada e o juramento para a eleição do 267.º Sumo Pontífice da Igreja Católica. A anteceder essa reunião, os cardeais participaram numa missa celebrada pelo cardeal decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, na Basílica São Pedro.
A sucessão de Francisco está nas mãos de 133 cardeais que vão seguir os rituais precisos da Santa Sé em contexto de silêncio, na Capela Sistina. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e um dos favoritos para sucessor de Francisco, presidiu ao Conclave.
De recordar que o Papa Francisco morreu a 21 de abril e, agora, encerrado o período de luto pela morte, dá-se início à escolha do futuro líder da Igreja Católica. Esta tradicional etapa começa cerca de 15 a 20 dias após a vacância do papado.
Na fase pré-Conclave desenrolam-se Congregações Gerais, momentos esses em que cardeais com menos de 80 an0s preparam a reunião decisiva. Nos últimos dias antes do Conclave, o Vaticano realizou dez Congregações Gerais de cardeais de forma a que os eleitores percebam o que cada um deles defende para o futuro da Igreja Católica.
Saliente-se que durante os próximos dias, os cardeais não podem ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão. O acesso à Internet está também proibido, assim como o uso de telefones, a não ser que haja "razões muito graves e urgentes". Os cardeais votam em boletins secretos e se nenhum conseguir dois terços dos votos, ou pelo menos 89, os eleitores passam imediatamente a uma segunda votação.
Deve sair fumo negro da chaminé se ainda não houver um eleito e fumo branco em caso de eleição. Quando for eleito o sucessor de Francisco, também vão soar os sinos.
Tolentino Mendonça entre os preferidos
O madeirense José Tolentino de Mendonça, nascido em 1965, em Machico, é o atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Viveu em Angola até aos nove anos e foi ordenado padre em 1990 pela Diocese do Funchal, concluindo o mestrado em Ciências Bíblicas em 1992.
Em 2010 foi nomeado reitor da Capela do Rato, um trabalho que conciliou com a carreira de docente universitário e de poeta galardoado. Em 2018 foi elevado a bispo, subindo a cardeal no ano seguinte. Em 2020, o cardeal recebeu o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva.
Além dos quatro cardeais eleitores portugueses - António Marto, Américo Aguiar, Manuel Clemente e Tolentino de Mendonça – existem outros nove lusófonos: sete brasileiros, um cabo-verdiano e um timorense.