A economia dos EUA mantém-se relativamente robusta, apesar da persistência de taxas de juro elevadas há dois anos. Permanecem restritivas tanto as taxas de juro de longo prazo, como os rendimentos das obrigações do tesouro dos EUA a 10 anos (4,30%) e a 2 anos (4,20%), quanto as taxas de curto prazo, como a Fed Funds Rate, entre 4,75% e 5%. Entre o final de 2009 e 2021, a yield soberana dos EUA a 2 anos cotou consistentemente abaixo de 1%, com exceção dos períodos entre 2017 e 2019, nos quais os valores médios oscilaram entre 1,50% e 2,50%. Apesar deste contexto de juros elevados, o mercado acionista dos EUA atravessa um momento de forte valorização, impulsionado pela Inteligência Artificial (IA), atingindo sucessivos máximos históricos. Desde o final de outubro do ano passado, o S&P 500 ganhou mais de 40%.
Alguns indicadores preditivos da evolução económica, estatisticamente relevantes para antecipar recessões, apontam para uma possível contração económica já há algum tempo. Entre estes, destacam-se a regra de Sahm, os indicadores avançados da economia (Leading Economic Index, LEI) e a curva de rendimento das obrigações do Tesouro dos EUA, embora atualmente já não apresente uma inclinação totalmente negativa, assumindo agora um formato mais próximo de um “U”. No entanto, os mercados acionistas mantêm-se fortes, registando máximos consecutivos, impulsionando a economia. O crescimento económico também tem sido suportado pela política orçamental expansionista dos EUA, marcada por défices fiscais consecutivos. Em 2024, as contas públicas registaram um saldo negativo de 6,3%.