Transpor a fasquia dos 70,35% obtidos por Mário Soares em 1991 será o objetivo que Marcelo Rebelo de Sousa nem às paredes do Palácio de Belém confessa, mas o certo é que vê repetirem-se as condições que elevaram o fundador do PS a tal resultado, com o apoio (então omisso de Cavaco Silva, e agora indisfarçado de António Costa) de um primeiro-ministro de outra área política. Mas sobre o Presidente da República impende outro possível recorde, muito menos apetecível, pois a tradicional diminuição da participação nas presidenciais disputadas por um “incumbente” – menos 1,3 milhões de eleitores de 1996 para 2001 e menos um milhão de 2006 para 2011 – acarreta a ameaça de vir a ser o primeiro Chefe de Estado reeleito por menos de dois milhões de portugueses.