É voz corrente que não é avisado misturar negócios e amizade. Costuma dar mau resultado, alertam: ou se perde um dos dois ou ambos se esvaem como fumo, deixando um rasto de amargura e recriminações mútuas. Não foi, definitivamente, isso que aconteceu entre Calouste Gulbenkian e René Lalique. O milionário de origem arménia e o artista francês conheceram-se no final do século XIX, na década de 1890. A amizade de ambos, que durou meio século, levou o colecionador a adquirir, entre 1899 e 1927, a quase totalidade das obras diretamente ao artista, com apenas uma exceção.