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Relógios: Tentações fortes para 2021

A pandemia chegou, sem aviso prévio, e provou que não há certezas, mesmo no mundo das horas certas. A indústria suíça confronta-se assim com vários dilemas, sendo este um dos maiores: há necessidade de feiras, num mundo cada vez mais digital?

Muitos relógios inspiram sonhos. E outros são verdadeiros sonhos. Não há razão para muita admiração, porque a história da indústria relojoeira cruza-se com a dos sonhos que podem ser concretizados. Victor Hugo dizia que: “Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã”. Foi o sonho de um lugar seguro para muitos artesãos que tornou a Suíça um país fulcral nessa indústria. Talvez por isso alguns relógios acabam por ser a concretização de muitos sonhos: dos que os criaram e dos que os adquirem. E a alta relojoaria soube, ao longo de centenas de anos, concretizar essses sonhos que têm a ver com a capacidade de guardar o tempo e de o olhar como uma arte. Isto mesmo em tempos onde nem as bolas de cristal permitem revelar o que vai suceder nos próximos anos ou antever os desafios que se colocam às marcas (grandes e pequenas) que se dedicam à concretizaçao dos sonhos. A pandemia chegou, sem aviso prévio, e provou que não há certezas, mesmo no mundo das horas certas. Com os preços a subir e os volumes de vendas a descer, a mudança continua a sentir-se. Se juntarmos à pandemia global e às suas consequências económicas (do fecho de lojas à quebra do turismo) a consolidação dos smartwatchs, as marcas consagradas lutam pela competividade num ambiente hostil. Há uma lógica de prudência em todo o sector, mesmo que o mercado chinês (e também o do Médio Oriente) tenha permitido uma resistência superior face à crise que afectou o mercado europeu e americano.

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