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Reitor da Universidade do Porto pede ao ministro para recuperar prémio Ilídio Pinho

Ilídio Pinho, um dos mais inovadores empresários do Portugal democrático, recebe esta segunda-feira o doutoramento ‘honoris causa’ da Universidade do Porto. O reitor, António de Sousa Pereira, que considera “incompreensível” que um Governo (Tiago Brandão Rodrigues, então ministro da Educação) tenha deixado cair o programa do prémio ‘Ciência na Escola’ e recusado o mecenato da Fundação Ilídio Pinho, apela ao ministro Fernando Alexandre a que o recupere.

Ciente de que “nenhuma sociedade pode desenvolver-se sem ter um número adequado de quadros com formação tecnológica”, António de Sousa Pereira considera que a “a atual equipa do Ministério da Educação deve usar o relançamento do ‘Ciência na Escola’, não só para valorizar o mecenato de empresários nas ciências e nas artes, mas também como ponto de partida para novos programas de estímulo para as ciências exatas, nomeadamente da matemática, dirigidos aos estudantes dos ensinos básico e secundário”.

O doutoramento honoris causa tem por base uma proposta conjunta das Faculdades de Economia, Letras e Belas Artes da Universidade do Porto, devido ao reconhecimento de Ilídio Pinho como “empresário inovador que dedicou uma vida inteira ao desenvolvimento económico, cultural e científico do país”.

Ilídio da Costa Leite de Pinho, nascido em Vale de Cambra a 19 de dezembro de 1938, irmão mais novo do também empresário Álvaro da Costa Leite, já falecido, tornou-se uma figura destacada no meio empresarial e filantrópico português. Fundador e presidente da Fomentinvest e da Ilídio Pinho Holding, iniciou a carreira empresarial quando em 1964 estabeleceu a COLEP Portugal – Embalagens, Produtos, Enchimentos e Equipamentos, SA, ponto de partida que o levou a deter negócios e participações em empresas de sectores como a banca, os seguros, a energia, o agroalimentar ou a metalurgia.

A Fundação Ilídio Pinho agrega o legado filantrópico do empresário, destacando-se no apoio à arte e à cultura portuguesa, para além do programa “Ciência na Escola”. Com um sistema de bolsas muito inovador para jovens estudarem no estrangeiro, que inclui a modalidade de parte ser um empréstimo a devolver no final da formação, apoia também estágios internacionais de jovens artistas plásticos.

A coleção de arte contemporânea nacional da Fundação está acessível ao público através da plataforma digital Anamnese. Em 2022, a fundação estabeleceu o Grande Prémio Fundação Ilídio Pinho, uma distinção anual no valor de 100 mil euros, destinada a celebrar e a incentivar cidadãos portugueses de excelência com reconhecimento internacional. As duas primeiras edições premiaram o cardeal Tolentino de Mendonça e o arquiteto Álvaro Siza Vieira.

Ilídio Pinho (na foto), um dos empresários mais inovadores do Portugal democrático, fundador da COLEP Portugal – Embalagens, Produtos, Enchimentos e Equipamentos, que chegou a ser a maior empresa europeia do seu género, e da Fundação que agrega o seu legado filantrópico, é hoje feito doutor honoris causa pela Universidade do Porto.

Na cerimónia de doutoramento honoris causa, que decorre no Salão Nobre da Reitoria, pelas 11h00, António de Sousa Pereira, o reitor da Universidade do Porto. lança o apelo ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, para que retome o programa do prémio “Ciência na Escola” patrocinado pela Fundação Ilídio Pinho, que o ex-ministro da Educação do Governo do PS, Tiago Brandão Rodrigues, deixou cair.

“O reconhecimento dos grandes méritos do engenheiro Ilídio Pinho é ocasião para valorizar as causas que ele abraçou, nomeadamente a de estimular o gosto pela ciência nos jovens portugueses o mais cedo possível nos seus trajetos escolares”, afirma o reitor, que considera “incompreensível” a forma como foi deitado abaixo o programa e recusado o mecenato da Fundação Ilídio Pinho.

“O ministro Fernando Alexandre terá de ser sensível ao valor do projeto ‘Ciência na Escola’, que, enquanto funcionou, envolveu mais de meio milhão de alunos e professores e promoveu a cultura científica como um fator de valorização humana e um instrumento de desenvolvimento económico”, afirma António Sousa Pereira.