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Ravi Vora, CEO da Catawiki: “Vendemos em Portugal mais de 100 milhões em artigos de coleção e de luxo”

A Catawiki é a plataforma de leilões online, especializada na compra e venda de artigos especiais e colecionáveis, conectando compradores e vendedores de todo o mundo.

Foi fundada em 2008 nos Países Baixos por René Schoenmakers e Marco Jansen. Nasceu como uma plataforma para catalogar itens colecionáveis, mas em 2011, começou a realizar os seus primeiros leilões semanais. A ideia evoluiu rapidamente e a plataforma transformou-se numa plataforma de leilões online para uma vasta gama de artigos especiais e raros, com curadoria de especialistas profissionais e hoje é líder na Europa. As pessoas em 60 países podem comprar e vender artigos na Catawiki, incluindo os EUA e a Ásia.
Ravi Vora é o CEO desde 2018, tendo entrado na empresa em 2017. Nasceu na Índia e a Europa é o seu terceiro destino, depois de ter passado por Singapura. Adora Espanha e Portugal, onde diz que “há uma energia muito positiva”.
A Catawiki abriu em 2024 um segundo ‘hub’ em Lisboa. Ravi Vora, em entrevista ao Económico, explica que os motivos para a escolha da localização “foram as pessoas e os talentos na área da tecnologia”. O escritório de Lisboa é um centro tecnológico. “Estamos a desenvolver o serviço ao cliente, a área de tecnologia e outras funções centrais lá”, explicou.
“Atualmente, temos entre 180 a 200 pessoas em Lisboa e prevemos contratar 25 a 30 pessoas até ao final deste ano. A expectativa é de crescimento de 25% da força de trabalho até ao final de 2026”, revelou o CEO da Catawiki.
A plataforma está acessível em Portugal desde 2016 e Vora revela que “desde que começámos, o negócio cresceu quase 7 a 8 vezes em Portugal. Este ano, já vendemos 120 mil lotes no país. Desde o início, vendemos em Portugal mais de 100 milhões de euros em artigos de coleção e de luxo”. O CEO explica ainda que “este ano, estamos a assistir a uma forte recuperação no segmento de luxo”.
Em Portugal, uma das categorias mais populares na Catawiki é a das moedas, revela. “Há muitos colecionadores a comprar e a vender moedas. Portugal é um mercado importante para nós, na perspetiva do vendedor, nesta categoria”. Adianta ainda que “até agora, desde que começámos, quase 50 mil pessoas em Portugal submeteram moedas e outros objetos à Catawiki”. Acrescenta que “Em Portugal, cada comprador gasta em média 1.500 euros por ano no Catawiki — um valor considerável”. Cada vendedor, por sua vez, “vende normalmente 3.000 euros em artigos”, explica o CEO da Catawiki que acrescenta que os vendedores profissionais em Portugal vendem quase 60 mil euros em produtos por ano. “São números expressivos e estamos satisfeitos com o progresso alcançado e queremos dar-lhe continuidade”, revela.
Qual foi o artigo mais caro já vendido na Catawiki? Ravi Vora revela que “foi vendido um Ferrari 812 GTS por 415 mil euros; e um colar de pedras preciosas, uma peça muito rara avaliada em cerca de 330 mil euros. Em Portugal o artigo mais caro vendido em 2020 foi um Porsche 911 de 1968 por 90 mil euros. Este ano vendemos outro automóvel — um Mercedes — um Mercedes-Benz 190 SL vendido por 73 mil euros”.
Em 2024, os resultados líquidos foram negativos em 4 milhões de euros. Mas o CEO da Catawiki diz que “apresentaremos lucros este ano. Divulgaremos os resultados de 2025 por volta de maio ou junho de 2026. Mas posso já adiantar que não apresentaremos prejuízos este ano. O EBITDA foi positivo nos últimos 12 meses”.
Adianta que “todos os meses, temos quase 10 milhões de visitantes no site e queremos que cresça em mais mercados e em mais países”. A Catawiki cresceu 25% o número de novos utilizadores este ano até à data (já atingiu o crescimento previsto para todo o ano de 2024 em 10 meses) .
“O que diferencia a Catawiki é, antes de mais, termos especialistas (curadores) que aprovam cada item. Apenas os artigos aprovados são permitidos na plataforma — rejeitamos mais de um milhão de artigos por ano que não cumprem os elevados padrões de qualidade. Para se registar na plataforma a identidade precisa de ser verificada. Cerca de 95% do negócio da Catawiki provém de vendedores profissionais que têm uma relação contínua connosco e regressam sempre”, conclui.

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