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Racismo no desporto: O planeta dos macacos

Esporádicos, isolados, pontuais. É assim que normalmente são descritos os episódios de racismo no desporto, que existem há décadas, são uma constante em alguns recintos e nada indica que venham a desaparecer. Pedro Almeida, investigador e autor da tese ‘Futebol, raça e Nação’ prefere a realidade aos eufemismos: existe racismo no futebol porque a sociedade portuguesa é, no seu coletivo, profundamente racista. Outra coisa seria difícil de suceder num país que tem o mais longo histórico de colonialismo do mundo.

Um grupo de respeitáveis pais de família vimaranenses decidiu este domingo juntar-se à claque organizada da equipa do Vitória de Guimarães – que milita na primeira divisão do campeonato de futebol e jogava na altura com o F. C. Porto – para demonstrar o seu pouco apreço por um membro da equipa adversária, Moussa Marega, atirando-lhe com cadeiras prontamente arrancadas do seu sossego de plástico e imitando, com assinalável perfeição darwinista, o grito dos macacos. O jovem, um negro oriundo do Mali, tomou-se de fúrias e abandonou o jogo, ganhando um inesperado protagonismo que com certeza não procurava e estragando o final da tarde às figuras gradas da Nação, Presidente da República e primeiro-ministro incluídos.

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