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Prémios da gestão do BCP encolhem para 1,8 milhões, mas salários sobem

O bónus atribuído aos administradores executivos do banco liderado por Miguel Maya recuou face ao prémio de 2,6 milhões de euros que tinha sido atribuído no ano anterior.

Os prémios atribuídos à gestão do BCP em 2023, e que refletem o desempenho do banco, caíram cerca de 30%. Os bónus passaram de 2,6 milhões de euros no ano anterior para 1,8 milhões de euros. Já os salários dos administradores subiram no ano passado, com Miguel Maya, presidente executivo da instituição financeira, a receber mais de um milhão de euros. 

“Em 2023, a remuneração variável atribuída foi de 923.000 euros em numerário, dos quais 463.000 euros são diferidos em cinco anos, e 4.136.539 ações (...) das quais 2.068.268 ações são diferidas por cinco anos”, num valor global que ascende a 1.846.000 euros, pode ler-se no relatório e contas divulgado pelo BCP na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

No ano anterior, este valor tinha sido de 2.567.000 euros, como mostra o relatório e contas referente ao exercício de 2022. Questionado sobre o porquê desta descida de 28% no bónus atribuído aos gestores da comissão executiva do banco, a instituição financeira remete para as regras que definem a atribuição de remuneração variável, que está dependente de vários fatores, como imparidades e provisões constituídas, rácios de capital, rácio de crédito malparado ou rentabilidade dos capitais próprios, entre outros.

Esta quebra na remuneração variável, que está dependente do desempenho da gestão, traduzida nos resultados apresentados pela instituição, surge num ano em que o BCP, tal como outros bancos do sistema financeiro português, alcançou lucros recorde no valor de 845 milhões de euros. Em 2022, o banco apresentou um resultado líquido de apenas 207 milhões.

Enquanto os prémios recuaram, o mesmo não se pode dizer dos salários pagos aos administradores. O mesmo relatório mostra que a remuneração fixa dos seis administradores executivos aumentou, totalizando perto de 3,2 milhões de euros. No ano anterior, tinha sido de cerca de 3,1 milhões de euros.

Miguel Maya, presidente executivo do BCP, recebeu um salário bruto de 676 mil euros, acima dos 650 mil euros que recebeu no ano anterior. A este montante junta-se ainda um prémio de 405 mil euros e o complemento de reforma no valor de 135 mil euros. No total, o gestor obteve 1,2 milhões de euros.

Quanto aos restantes membros da comissão, também Miguel Bragança aproxima-se de um milhão em rendimentos. O administrador financeiro do banco recebeu um salário bruto de 540 mil euros - no ano anterior tinha sido de 520 mil euros -, mais o bónus de 327 mil euros e o complemento de reforma de 108 mil euros. Ou seja, um total de 975 mil euros. 

No conselho de administração, o seu presidente, Nuno Amado, obteve uma remuneração bruta a rondar os 860 mil euros, com este órgão a representar um encargo total de 1,6 milhões de euros para o banco, contribuindo para elevar os gastos com os salários de todos os administradores, tanto da comissão executiva como do conselho de administração, bem como da comissão de auditoria, para 5,3 milhões de euros, acima dos 4,9 milhões de euros de 2022.