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Portugal tem mais de mil hotéis para venda

No primeiro trimestre, o número de unidades hoteleiras disponíveis para venda registou um aumento de 31% (1.038), face às 791 que se encontravam no mercado no período homólogo, de acordo com os dados da ‘proptech’ Casafari. Já o segmento de arrendamento tinha em carteira 62 hotéis, uma subida de 48%, quando comparado com os 42 do mesmo trimestre de 2023.

No primeiro trimestre de 2024 o sector da hotelaria português registou um total de 1.038 unidades disponíveis para venda, o que representou um aumento de 31%, face aos 791 hotéis que se encontravam para venda no mercado no período homólogo do ano anterior, segundo os dados revelados esta quinta-feira pela proptech Casafari, sobre o mercado hoteleiro em Portugal, com base nos dados disponíveis na plataforma imobiliária.

Ouvido pelo Jornal Económico (JE), Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels, considera que esta subida de hotéis para venda se deve essencialmente a dois fatores: “Por um lado, temos investidores que entram no mercado da hotelaria por ser um sector atrativo e rentável. O preço a que colocam as unidades a longo prazo pode ser rentável, mas a curto-médio esse valor já não é tão atrativo para quem deseja comprar”.

O segundo fator é em tudo idêntico ao primeiro, sendo que neste caso “são investidores que apenas detém uma unidade hoteleira para venda”, afirma, acrescentando que este aumento de hotéis para venda não surpreende. “Todas as semanas recebemos várias propostas na Unlock para a compra de hotéis”, salienta Miguel Velez.

Em relação ao preço médio por m2 de hotéis para venda em Portugal ascendeu no trimestre em análise aos 3.319 euros, o que significou uma subida de 18% face aos 2.818 euros/m2 registados em igual período de 2023. Em termos regionais, Cascais (7.213 euros/m2), Sintra (6.995 euros/m2) e Lisboa (6.175 euros/m2) apresentaram o preço médio mais elevado do país, com os municípios de Penafiel (415 euros/m2), Amarante (83 euros/m2) e Paredes (61 euros/m2) a verificarem os valores médios mais baixos.

No entanto, a Região Autónoma da Madeira (4.712 euros/m2), a Lourinhã (2.282 euros/m2) e Guarda (1.324 euros/m2) tiveram em termos percentuais os aumentos mais expressivos no preço médio por m2 no primeiro trimestre, contrastando com as variações negativas em Marco de Canaveses (-42,41%, para 703 euros/m2), em Castelo Branco (-40,33%, para 1.228 euros/m2) e Beja (-38,29%, para 1.921 euros/m2).

Por sua vez, as cidades de Faro (289), Lisboa (120) e Porto (96), registaram durante o trimestre em análise o maior número de unidades hoteleiras disponíveis no mercado para venda. Já localizações como a Trofa, Penafiel e Paredes contavam apenas com um hotel para venda. Os maiores aumentos percentuais de hotéis para venda observaram-se na Lourinhã (400%), Matosinhos (100%) e Sintra (600%), tendo esta última multiplicado por sete a oferta para venda de unidades.

Oferta de hotéis para arrendamento subiu perto de 50%

Os dados da plataforma Casafari para o segmento de arrendamento de hotéis no primeiro trimestre apontam para um aumento de 48%, num total de 62 unidades, face às 42 que se registavam no período homólogo. Contudo, ao contrário do que aconteceu no mercado de venda, o valor médio do m2 verificou uma quebra de 43%, para 24 euros, quando comparado com os 41 euros do primeiro trimestre do ano passado.

As regiões de Cascais (425 euros/m2), Leiria (196 euros/m2) e Oeiras (26 euros/m2), observaram as subidas mais significativas, com Bragança (2 euros/m2), Viseu e Aveiro (ambos 3 euros/m2), a registarem os valores médios por m2 mais baixos. Já em termos percentuais Vila Real (65%), Setúbal (236,35%) e Coimbra (93,62%) registaram os maiores aumentos, contrastando com as variações negativas verificadas em Aveiro (-98,41%), Santarém (-71,42%) e Leiria (-48,10%).

Em relação às unidades hoteleiras disponíveis para arrendamento Lisboa (18), Faro (12) e Porto (11) apresentaram a maior oferta no mercado, com Aveiro, Santarém, Viseu, Viana do Castelo e Beja a terem somente um hotel para arrendar. Contudo, Cascais (40%), Porto (300%) e Lisboa (100%) verificaram as maiores subidas percentuais, tendo Sintra, Matosinhos e Évora (todos -100%) apresentado variações negativas no primeiro trimestre de 2024.