Segundo o INE, desde de 2017, todos os anos saem de Portugal entre 70 000 e as 80 000 portugueses. Na sua maioria são jovens. Muitos encontram lá fora as melhores condições de vida que não tiveram cá dentro, e não voltam. Sair do seu país de origem, não por escolha mas por obrigação, é algo de que não nos podemos orgulhar. Pelo contrário. É sinal que falhámos. Significa que, mesmo com o diagnóstico do que está errado e das reformas que temos de levar por diante, nos encolhemos e optámos pelo caminho mais fácil que é fingir que se faz alguma coisa. Este é, precisamente, o grande pecado deste orçamento da AD: fazer de conta que muda. Fazer de conta que valeu a pena o país ter votado por uma mudança no dia 10 de março de 2024. Porque se foi por este orçamento, se foi para estas políticas que o ministro das finanças, Miranda Sarmento, apresentou ontem no Parlamento, de pouco valeu fazer de conta que o PS já não governa o país.