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Portugal lidera zona euro na redução de dívida no terceiro trimestre

A economia nacional registou a maior descida em cadeia, a segunda maior em termos homólogos e, talvez ainda mais assinalável, foi a única que conseguiu reduzir o stock de dívida em comparação com o semestre anterior e igual período de 2023.

Portugal liderou a UE no que toca à redução da dívida no terceiro trimestre de 2024, registando a segunda maior descida do rácio em cadeia e a mais expressiva em termos homólogos. Além disso, a economia nacional foi mesmo a única a registar um stock mais baixo de dívida, tanto em termos absolutos em cadeia como em relação a igual período do ano anterior.

Depois da descida assinalável no final de 2023, que permitiu ao país recuperar um rácio de dívida pública em função do PIB abaixo de 100% pela primeira vez em mais de uma década, Portugal registou a maior descida em cadeia do indicador no terceiro trimestre na UE. A descida de 3,2 pontos percentuais (p.p.) fica acima da registada na Eslovénia (2,6 p.p.) ou Grécia (1,8 p.p.), os países que se seguem nesta lista.

Numa análise homóloga, a prestação nacional fica também muito próxima do topo: a descida de 8,8 p.p. portuguesa é apenas superada pelos 10,0 p.p. gregos, ficando assim distante da redução de 5,2 p.p. cipriota, a terceira mais expressiva.

A juntar a isto, Portugal foi mesmo a única economia a registar uma descida do valor absoluto do montante em dívida, tanto numa perspetiva homóloga como em cadeia. Além da economia nacional, Bélgica, Malta, Países Baixos e Eslovénia registaram uma redução do stock de dívida entre o segundo e o terceiro trimestres de 2024 – mas, destes países, apenas Portugal combina tal com uma redução em termos homólogos.

O stock de dívida pública desceu, segundo os dados do Eurostat, de 278.795 milhões de euros no terceiro trimestre de 2023 para 276.719 milhões no segundo trimestre de 2024, caindo novamente para 272.176 milhões de euros no final do terceiro trimestre.

Olhando para o bloco da moeda única, o Eurostat reporta um rácio de dívida combinado de 88,2% do PIB e um défice de 2,6%, o que compara com um rácio de dívida igual na leitura anterior e um défice de 3,1%, tal como no primeiro trimestre do ano. Esta evolução orçamental correspondeu a uma subida das receitas dos Estados-membros, que saltaram de 46,5% para 47%, enquanto a despesa se manteve invariável em 49,6% do PIB.

Do lado do saldo orçamental, Portugal também se destaca ao ser um dos poucos países a registarem um excedente, com 2,2%.

Chipre, Grécia e Dinamarca (apenas membro da UE, não da zona euro) também registaram excedentes significativos, enquanto os Países Baixos ficaram ligeiramente acima do nulo, com 0,1%. Em sentido inverso, França continua a destacar-se negativamente entre os países da moeda única, com um défice de 6,3% no terceiro trimestre.

A economia francesa foi também uma das que mais dívida acumulou neste período, ficando apenas atrás da Bulgária e da Roménia, ambos os países fora da zona euro.