Analistas distraídos chegaram a emitir opiniões segundo as quais Portugal iria ficar salutarmente à margem do crescimento das extremas-direitas europeias. Os mesmos analistas – descontando-se aqueles que entretanto se aperceberam do óbvio (vários) e os que deixaram de ter confiança no seu próprio julgamento (nenhum) – evoluíram agora para opiniões segundo as quais a extrema-direita (o Chega) nunca chegará ao poder. Mais um disparate, evidentemente, patrocinado por figuras gradas do pensamento político contemporâneo em particular e da intelectualidade difusa em geral, como são os casos dos pensadores Marcelo Rebelo de Sousa (escudado na norma ‘pelo menos comigo, não’ – que evidentemente não tem conteúdo que se aproveite) e de Anna-Maja Henriksson.