Há poucos indicadores sobre a evolução da igualdade de géneros em Portugal que quantifiquem as situações de desigualdade mais evidentes, sendo difícil saber quais são os concelhos, as cidades ou as aldeias com maior nível de igualdade de géneros, onde haja menores diferenças entre homens e mulheres no trabalho e na sociedade. Tal como, nas empresas e nas organizações privadas ou públicas, não é fácil adotar práticas e procedimentos que conciliem a vida profissional, familiar e pessoal dos trabalhadores e das trabalhadoras, ou evitem a segregação de géneros no exercício das profissões, não impedindo o acesso das mulheres aos cargos de chefia e ao exercício do poder. Este é precisamente um dos trabalhos que a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade (SECI), Rosa Monteiro, está a desenvolver, reconhecendo que “em pouco anos Portugal já registou uma evolução considerável ao nível da promoção efetiva da igualdade dos géneros, mesmo entre os países da União Europeia”. No entanto, lamenta que as mulheres idosas ainda continuem a ser os elementos mais vulneráveis da sociedade, o que se nota em especial quando se comparam os valores das pensões de reforma pagas a homens e a mulheres. “A diferença é brutal”, comenta Rosa Monteiro em entrevista ao Jornal Económico.