As negociações pelo ouro mostraram estabilidade no início desta semana, em vésperas de eleições presidenciais nos Estados Unidos da América. Em simultâneo, os mercados olham para a reunião da Fed, que começa esta quarta-feira, sendo que para o dia seguinte é esperado um corte nas taxas de juro de referência.
Depois de atingir um máximo histórico na passada quarta-feira, quando a onça de ouro chegou a ser negociada em torno dos 2.790 dólares, o preço estabilizou próximo dos 2.740 dólares, com os investidores na expetativa pelo desfecho das eleições norte-americanas.
As últimas semanas foram de alguma volatilidade nas negociações, ligada ao equilíbrio na corrida à presidência dos EUA, entre Donald Trump e Kamala Harris. Olhando para as sondagens, os fatores de variação foram vários, desde a mudança do candidato que representa o Partido Democrata (anteriormente Joe Biden, agora Harris) até à tentativa de assassinato de que Trump foi alvo quando foi atingido a tiro num comício em Butler, na Pensilvânia.
Neste contexto tem sido notória a insegurança dos investidores, que tem conduzido à atribuição de valor ao ouro, a juntar às compras daquele minério efetuadas por bancos centrais de países emergentes, como é o caso da China.
No entanto, na última semana houve uma estabilização das negociações e o preço caiu perto de 2%, mostrando estabilidade desde o início de novembro, em virtude da expetativa sobre o resultado das eleições nos EUA.
Considerado um ativo de refúgio, o ouro tem valorizado de forma muito expressiva sobretudo desde 2020 (as negociações faziam-se abaixo, na casa dos 1.500 dólares, no início daquele ano), em função das incertezas no plano macroeconómico e das problemáticas geopolíticas. A onça de ouro está cerca de 755 dólares mais cara do que há exatamente um ano, o que corresponde a uma subida de 38%.
Trata-se de um dos minérios mais caros e mais raros do mundo, mas não é o único que atingiu máximos num passado recente. A onça de prata alcançou um máximo histórico de 34,51 dólares no dia 23 de outubro. Estabilizou, entretanto, próxima dos 32,70 dólares, o que equivale a um acréscimo de 41% face a 6 de novembro de 2023.
O que parece ser certa é a tendência para a valorização do ouro. São muitas as análises que apontam nesse sentido, como é o caso da realizada pelo UBS, que aponta para uma valorização da onça de ouro para os 2.800 dólares até final do ano, que deverá avançar até aos 3 mil dólares em 2025.