Nos últimos anos têm surgido vários partidos novos em Portugal, ou tentativas de os criar, mas os casos de sucesso (designadamente a eleição de deputados à Assembleia da República) têm sido raros. Como é que se explica esta dificuldade de entrar no sistema político-partidário? “Em muitas democracias, as leis eleitorais foram desenhadas para evitar muitos partidos, ou seja um sistema partidário fragmentado, mas não foi o caso português. No nosso caso, com 3% ou 4% e voto concentrado chega-se ao Parlamento. Temos cinco partidos médios e grandes. À esquerda, a diversidade impera. À direita, menos, mas o facto de existirem já dois tem bloqueado o aparecimento de outros. Repare-se que várias iniciativas ao centro também falharam. Até agora, crises de confiança e outras não deram origem a novos partidos. Aparentemente, os portugueses preferem a abstenção ao voto de protesto”, explica o politólogo António Costa Pinto.