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O que querem os melhores alunos de Economia do país?

Olham para Portugal com esperança, mas não temem a emigração. Para tornar o país mais competitivo, os estudantes agraciados com o prémio Professor Jacinto Nunes consideram que é preciso resolver o problema do acesso à habitação, melhorar os salários, eliminar a burocracia e apostar em novas formas de mobilidade.

D avid Sousa contraria as avaliações sobre a falta de literacia financeira entre os jovens portugueses. Filho de um empresário e de uma professora, os pais abriram-lhe uma poupança em criança e explicaram-lhe a importância do dinheiro. Mais tarde, passou a colocar nessa conta as prendas em dinheiro que recebia nos anos ou no Natal. “Sempre fui muito conservador, tenho aplicações a prazo e depois aproveitei a subida dos certificados de aforro. Mas agora arrisquei um pouco mais e investi num ETF do S&P 500, o fundo de Investimento que acompanha o índice das maiores empresas norte-americanas”, diz o estudante da Faculdade de Economia do Porto, um dos melhores do país e que foi esta semana distinguido pelo Banco de Portugal. O dinheiro do prémio Jacinto Nunes (três mil euros) será dedicado à poupança e ao investimento na carreira. “Sempre tive a ideia romântica de que a economia era a ciência chave para o desenvolvimento do país”.
Natural de Castelões, uma aldeia do concelho de Penafiel, a ambição de David passa por fazer o doutoramento e trabalhar na Universidade do Porto, onde terminou o curso com uma média de 18 valores. Durante os tempos de estudante pagou 330 euros mensais por um quarto numa residência universitária. “No futuro gostava de comprar uma casa. Em Castelões não há mercado de arrendamento e a única solução é construir ou comprar uma casa feita. Os preços ainda são acessíveis. No Porto, um apartamento tem um custo bastante superior e a prestação ao banco exigia um salário líquido que dificilmente pagam aos jovens recém-licenciados em Portugal”, afirma. Localizada a 45 quilómetros da cidade invicta, a aldeia acaba por ser um boa opção pelo preço, mas também pelos transportes: através da linha do Douro é possível chegar ao Porto em menos de uma hora.

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