Pedro Soares dos Santos
Presidente e Administrador-Delegado do Grupo Jerónimo Martins
O contexto atual, com a incerteza associada à pandemia ainda em níveis muito elevados e eleições antecipadas já em janeiro, não facilita exercícios de previsão. O meu ceticismo relativamente ao desempenho da economia portuguesa mantém-se. Os problemas são estruturais e estão agravados pelo impacto das restrições ligadas à gestão da crise pandémica. Há mais de duas décadas que a nossa economia não cresce verdadeiramente, temos uma dívida pública elevadíssima, estamos na cauda da Europa no que toca à recuperação e temos uma carga fiscal esmagadora. Nada disto permite antecipar uma mudança real. O Plano de Recuperação e Resiliência seria uma boa oportunidade para apoiar o turismo, tão determinante para a nossa dinâmica económica, para transformar a agricultura e, acima de tudo, para criar uma nova indústria assente na iniciativa privada.