A “maioria reforçada, estável e duradoura” que AntónioCosta pediu no encerramento no debate parlamentar de quarta-feira, minutos antes da reprovação do Orçamento do Estado para 2022 que deve ter posto fim a esta legislatura, só tem um precedente no regime democrático português. Não em circunstâncias iguais, pois o chumbo das contas públicas apresentadas por um governo eleito foi um acontecimento inédito, mas razoavelmente parecidas e auspiciosas para quem tende a ser chamado de “otimista incorrigível”, pois a moção de censura que derrubou o governo minoritário do PSDem 1985 abriu caminho à primeira de duas maiorias absolutas que resultam numa década de cavaquismo.