A semana arranca com a temporada de resultados a entrar em marcha firme. Depois de, na semana passada, alguns nomes pesados da banca norte-americana terem começado a divulgar as suas contas do segundo trimestre, Wall Street prepara-se para saber como correram os últimos três meses deste ano a algumas cotadas de renome.
É o caso do Bank of America, do Morgan Stanley e do Goldman Sachs. Fora da banca, que até agora tem dado sinais de resiliência -- apesar dos tremores do SVB no início do ano e dos indicadores macroeconómicos mais arrefecidos do que se desejava --, também a Tesla, Netflix, IBM e Johnson & Johnson apresentam resultados esta semana. Haverá também oportunidade para perceber como estão as contas de dois nomes pesados da aviação e transportes: United Airlines e Lockheed Martin.
A praça nova-iorquina reagiu com entusiasmo aos primeiros resultados da temporada, com ganhos nos três principais índices ao longo de quatro dias consecutivos.
Os resultados da banca, contudo, vão concentrar as atenções dos investidores e analistas, uma vez que a manutenção de juros diretores elevados permitiram a alguns bancos norte-americanos aumentar as margens. No caso do segundo maior banco do país, o Bank of America, e segundo dados do Zacks.1, os lucros deverão chegar aos 14,29 mil milhões de dólares, uma subida de 14% face ao mesmo trimestre do ano passado.
Ainda assim, o pulso da indústria da maior economia mundial ajudará a perceber como estão a correr os esforços de contenção da inflação por parte da Reserva Federal (Fed), e essa análise ficará mais completa com novos dados vindos do governo norte-americano. As estatísticas das vendas a retalho no mês de junho, que também serão conhecidas durante a semana, darão alguma perspetiva à despesa dos consumidores.
É provável que as vendas a retalho tenham subido 0,5% em junho, mas as contas feitas ao ano poderão revelar que os norte-americanos estão a consumir menos do que consumiam antes do início da pandemia. A despesa dos consumidores representa mais de dois terços do produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos e tem-se mantido virtualmente robusta nos últimos dois anos, apesar da inflação persistente e de consistentes receios de uma recessão.
Mais relevante ainda serão os dados do mercado imobiliário nos Estados Unidos. A agenda prevê novos números das licenças de construção e vendas de imóveis no mês passado.
Na Zona Euro e também no Reino Unido e Japão, a semana trará novos cálculos da evolução da inflação.
Quatro grandes empresas apresentam resultados
Por cá, algumas das maiores empresas portuguesas começam também a fazer contas aos primeiros seis meses ano. Até sexta-feira, ficaremos a conhecer os resultados semestrais da NOS, da REN, da Sonaecom e da Navigator.
Nos últimos relatórios, de abril, a telco viu os lucros trimestrais derraparem 15,1% para os 34,9 milhões de euros.
No sentido inverso, as restantes empresas com obrigação de comunicação ao mercado tiveram um arranque de ano simpático. A REN viu os resultados liquídos crescer mais de 113% para os 12,8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2023.
No caso da Navigator, os lucros também subiram para os 71,7 milhões.
Já a Sonaecom, depois do chumbo à OPA, viu os lucros caírem 75% no primeiro trimestre. O grupo liderado por Cláudia Azevedo só conseguiu comprar menos de 12% das ações de que precisava para assegurar o direito a uma aquisição potestativa.
A arrancar a semana, a Galp divulga não as contas, mas a informação operacional preliminar, relativa ao segundo trimestre.