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Natalidade ignorada, extinção programada

Em Portugal, quando surge um problema complexo, na maioria dos debates políticos sugere-se lançar mais dinheiro como solução. O célebre “inverno demográfico”, ainda sem resolução, não é excepção à regra.

Sempre que voltamos ao tema do declínio da natalidade, as duas sugestões mais comuns para a sua resolução são: (1) a criação de incentivos económicos às famílias e (2) o recurso à imigração. Porém, a espiral de envelhecimento que se avoluma no nosso país, há pelo menos quatro décadas, não se resolve à pressa, nem inventando atribuição de prémios de bom comportamento, com escasso impacto na redução dos custos de oportunidade da parentalidade, nem improvisando uma torrente de imigração.
Ao seguir esta última opção, os governos tentam integrar pessoas que trazem consigo mentalidades e comportamento distintos, inclusive a nível reprodutivo, pelo que não há qualquer mérito político em revigorar a taxa de natalidade nacional de forma abrupta e imponderada. Ao gerarem cidadãos à pressa – para satisfazerem metas orçamentais e porem as engrenagens económicas a funcionar, qual uma empresa que busca mão-de-obra barata num país menos desenvolvido, mantêm a população nativa presa nas dificuldades estruturais e nos vários dilemas que desincentivam a reprodução nessa dada sociedade.

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