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Nasdaq e S&P 500 disparam após Powell abrir a porta a descidas de juros em setembro

O presidente da Fed reconheceu que um corte de juros em setembro era uma possibilidade, o sinal que os investidores tanto procuravam. A reação não se fez demorar, com os índices Nasdaq e S&P 500 a chegarem a disparos de 3,2% e 2,1%, respetivamente.

O presidente da Reserva Federal norte-americana finalmente deu aos investidores o sinal que estes buscavam há largos meses ao abrir a porta a cortes de juro na próxima reunião de política monetária, em setembro. Tal é ainda condicional à evolução da economia, mas, a manter-se a trajetória atual, a primeira descida desde 2020 deve mesmo verificar-se, dando um impulso de 450 pontos no imediato aos índices norte-americanos.

Como era expectável, a Fed optou unanimemente por manter os juros inalterados entre 5,25% e 5,5% pela oitava reunião consecutiva, máximos de 23 anos que têm criado expectativa quanto a uma reversão de política. Os sinais do lado macroeconómico têm sido positivos e o presidente do banco central, Jerome Powell, reconheceu isso mesmo na conferência de imprensa que se seguiu, dando um forte alento aos mercados.

“Uma redução da nossa taxa de referência pode estar em cima da mesa tão cedo como setembro”, quando a Fed se volta a reunir, admitiu. Sem se comprometer especificamente com qualquer decisão, Powell falou num progresso bastante mais satisfatório na luta contra a inflação do que no ano passado e num mercado laboral mais estável, dois fatores que ajudam a condução da política monetária.

“É uma economia completamente diferente da de há um ano”, resumiu.

Em concreto, a inflação recuou para 3% na leitura mais recente, um mínimo desde junho de 2023, enquanto o indicador subjacente bateu mínimos de três anos com 3,3%. Por outro lado, a taxa de desemprego subiu 0,1 pontos percentuais (p.p.) em cada uma das últimas três leituras, um aumento de 0,7 p.p. em relação ao mínimo registado durante o atual ciclo.

“Uma série de indicadores sugerem que as condições no mercado laboral voltaram aonde estavam antes da pandemia: fortes, mas não sobreaquecidas”, defendeu Powell.

Perante estas declarações, o Nasdaq fechou com ganhos de 435 pontos, ou 2,6%, enquanto o S&P 500 acrescentou 85 pontos, ou 1,6%, isto já depois de terem corrigido os picos de 3,2% e 2,1%, respetivamente. Já o Dow Jones somou 230 pontos, ou 0,6%, isto depois de ter chegado a um avanço de 1,1%.

Ainda assim, e apesar das mudanças já esperadas de linguagem no comunicado da Fed, continua a reinar a prudência. O progresso na luta contra a inflação elevada já não é caracterizado como “modesto”, ao contrário dos comunicados das últimas reuniões de política monetária, ao passo que o indicador de preços é agora visto como “um pouco elevado”, por oposição aos anteriores documentos, onde era descrito apenas como “elevado”.

Já a cautela é evidente sobretudo na parte que refere que “não será apropriado reduzir o intervalo [dos juros] antes de haver mais confiança de que a inflação está a mover-se sustentadamente para 2%”. Na mesma linha, o presidente Powell reforçou que, apesar da possível redução de juros já em setembro, será necessário os dados continuarem a suportar a ideia de que a inflação está a recuar.