Paulo Carmona já estava a pensar na reforma e no tempo extra que iria passar com os seus netos quando foi convidado por Maria da Graça Carvalho para liderar a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Não conseguiu recusar o convite da ministra do Ambiente, apesar de a entidade ser uma das mais criticadas pelos promotores de energias renováveis pela demora no licenciamento dos projetos. Mas o problema é mais profundo. A DGEG é uma direção-geral com limitações estruturais no seu funcionamento, incluindo barreiras na forma como pode gerir as suas receitas, não conseguindo dar resposta à avalanche de projetos e com dificuldades para atrair profissionais qualificados, dada a desvantagem nos salários face ao setor privado. Nove meses após a sua nomeação, encara o cargo com um espírito de missão para ajudar a DGEG a fazer cumprir o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), as metas de energias renováveis do país até 2030, com muitos desafios pela frente.
“Não precisamos da energia de Espanha, mas a concorrência beneficia os preços”
Entrevista: Paulo Carmona. O diretor da Direção-Geral de Energia (DGEG) rejeita as críticas que Portugal está dependente da eletricidade espanhola, argumentando que o país viveu com base em energia lusa depois do apagão. De Espanha, nem bons ventos... mas há boa energia solar, com Portugal a comprar a preços competitivos, beneficiando consumidores nacionais. Setor da energia deve ser visto sem ideologias, defende.
